Consumidor deve levar em consideração o preço médio da gasolina na região onde abastece
José Cruz/Agência BrasilCom as frequentes altas do preço da gasolina em todo o País, você já deve ter chegado ao posto e se perguntado: Será que estou pagando o preço justo? Quando será que devo desconfiar do valor que aparece na bomba de combustível?
Motivos para essa desconfiança não faltam. Apenas na cidade de São Paulo, o preço da gasolina chega a variar 27,8% de um posto para outro, segundo levantamento feito pelo R7 com dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo). A agência faz uma sondagem periódica em 129 postos na capital paulista e em mais de 2.600 em todo o País.
Entre 13 e 19 de dezembro, na capital paulista, os números revelaram, por exemplo, bombas em que o litro do combustível era vendido a R$ 3,129 (Casa Verde) e a R$ 3,999 (Paraíso). O preço médio na cidade é de R$ 3,471.
No Rio de Janeiro, onde o litro da gasolina é vendido pelo valor médio de R$ 3,831, há posto que vende por bem menos: R$ 3,599 (Penha). Mas também tem local cobrando bem acima disso: R$ 4,198 (Lagoa). Diferença de quase 17%.
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Um empresário paulista do setor que preferiu não se identificar diz que o consumidor precisa desconfiar sempre.
— Preço alto não é qualidade garantida. Já o preço baixo é falta de qualidade garantida.
Ele justifica que o litro da gasolina é vendido na distribuidora por R$ 3,55, sem contar R$ 0,05 de frete e R$ 0,14 de lucro da própria distribuidora.
— Só isso já dá R$ 3,74. Fora isso, tem os custos do posto. Não dá para se manter com uma margem tão pequena.
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A ANP nega que o consumidor tenha que desconfiar dos preços mais baixos e diz que fiscaliza "vícios de quantidade (se a bomba fornece volume de gasolina, etanol, diesel inferior ao registrado), a qualidade dos combustíveis líquidos (etanol, gasolina e diesel) e se o posto tem a documentação necessária para funcionar".
ANP nega que preço baixo do combustível deva ser motivo para desconfiança
Edilson Lima/Agência A Tarde/Estadão ConteúdoDe fato, existem alguns fatores que podem ajudar o dono do posto a oferecer um combustível mais barato. Um deles é o preço que ele fecha com o fornecedor, outros são os custos que tem com o posto, como a localização (influencia no preço do IPTU, do aluguel), número de funcionários, estrutura etc.
Mas diante de tantos flagrantes de gasolina contendo mais etanol do que o permitido por lei (27%) ou de bombas adulteradas, há uma parcela de brasileiros que reluta em acreditar em postos “generosos”. De qualquer forma, o preço dos combustíveis no País é livre e cabe ao consumidor avaliar e decidir se está disposto a pagar.
O presidente do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo), José Alberto Paiva Gouveia, explica que todo o mercado está sujeito aos mesmos custos da cadeia produtiva.
— Sobre o preço que a gasolina sai da refinaria ainda incide frete e lucro da distribuidora. Todos precisam trabalhar em cima disso para estabelecer uma margem que sustente a operação do posto.
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O Rio de Janeiro vende a gasolina mais cara do País, segundo a pesquisa da ANP: R$ 4,719 o preço médio do litro. Em seguida, aparece o Amazonas, onde o litro é vendido, em média, por R$ 4,530.