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Educação

Análise: Ideb mostra efeito positivo de políticas no fundamental, mas expõe desafio no ensino médio   

Especialistas destacam que a educação precisa ser medida por um conjunto de fatores

Educação|Do R7

O indicador é divulgado a cada dois anos e tem metas projetadas até 2021
O indicador é divulgado a cada dois anos e tem metas projetadas até 2021

O Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), apresentado na última sexta-feira (5),mostrou que a qualidade da educação no Brasil não alcançou todas as metas estabelecidas para 2013.

O indicador é divulgado a cada dois anos e tem metas projetadas até 2021, quando a expectativa para os anos iniciais da rede é que chegue a uma nota 6,0, igual à dos países desenvolvidos.

Analisando os dados do primeiro ciclo do ensino fundamental (1º ao 5º ano), que registraram avanço de 0,2 ponto, Ricardo Falzetta, gerente de conteúdo da ONG Todos Pela Educação, destaca que algumas políticas públicas implantadas nos últimos anos, com a LDB, por exemplo, estão repercutindo positivamente nas escolas.

— A municipalização da rede e o investimento em formação dos professores que acompanham as crianças nos primeiros anos na escola foram pogramas que agora apresentam resultados positivos.


Mas ele também faz críticas e questiona que no segundo ciclo do fundamental (6º ao 9º ano), a passagem de um sistema com um professor para outro com vários docentes e a falta de um modelo curricular moderno prejudica o progresso dos alunos. Nesta etapa, o indicador de 2013 registrou avanço de apenas 0,1 ponto.

Ideb: nota boa do 1º ao 5 º anos vai gerar onda de qualidade do ensino, acredita ministro da educação


Durante uma coletiva de imprensa convocada para anunciar os resultados do Ideb, o ministro da Educação, José Henrique Paim, valorizou o aumento do investimento em educação e a criação de programas de assistências, como o de alimentação escolar, livros didáticos, transporte escolar.

Comentando o resultado do ensino médio, que ficou estagnado em 3,7 pontos assim com na medição anterior realizada em 2011, ele reconheceu que é necessário rever e aprimorar programas para evitar a evasão escolar. 


O último dado disponível do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), compilado pela Todos Pela Educação, mostra que 51,8% dos jovens de até 19 anos haviam concluído os anos finais da educação básica brasileira. 

Indicador

O professor da USP (Universidade de São Paulo), José Marcelino de Freitas, alertou que o indicador do Inep não deve ser considerado como o anúncio de uma “catástrofe”. Ele lembra que o Ideb é calculado com base na nota dos alunos na Prova Brasil e na taxa de aprovação nas escolas. Apenas estes dois quesitos, segundo ele, não são suficientes para determinar a qualidade do ensino.

— A educação precisa ser medida por um conjunto de fatores. No Ideb você usa apenas dados de evasão e as notas de avaliações de matemática e português. Ele é insuficiente para dizer se um sistema ou uma escola tem qualidade ou não.

Freitas e Falzetta reforçam que outros fatores como a frequência dos professores nas aulas, as tarefas desempenhadas nas escolas, o gosto das crianças pelo estudo, além de questões socioeconômicas, também são importantes.

Resultados do Ideb em 2013

Em 2013 houve um pequeno avanço, de 0,3 pontos, nas escolas que atendem crianças no primeiro ciclo da educação fundamental. O indicador passou de 5 pontos, em 2011, para 5,2 pontos.

No ensino fundamental, a nota também subiu de 4,1 pontos para 4,2 pontos, mas não alcançou a meta de 4,4 pontos. Já o ensino médio repetiu o índice de 2011 (3,7 pontos), ficando também abaixo da meta de 3,9 pontos.

Críticas

O especialista da Todos Pela Educação termina sua análise ressaltando que a situação no ensino médio pode piorar, já que além de não alcançar a meta o indicador caiu em 16 Estados.

— Queda na qualidade da educação é uma realidade inadmissível. Não podemos aceitar isso. A sociedade tem que cobrar e fazer valer o direito à educação.

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