Após protestos, governo suspende reorganização escolar em São Paulo
Decisão que implica o fechamento de 92 unidades educacionais foi amplamente criticada
Educação|Da Rede Record
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), suspendeu a reorganização escolar que implicava no fechamento de 92 escolas após uma onda de protestos estudantis no Estado. A decisão foi informada à Rede Record por fontes ligadas ao Palácio dos Bandeirantes e será anunciada pelo governador em coletiva de imprensa nesta tarde.
Na semana que vem, uma audiência pública será realizada com o intuito de discutir a medida e, ao longo de 2016, outras discussões devem acontecer.
A mudança foi anunciada em setembro pelo secretário estadual da Educação, Herman Voorwald, com a justificativa de que as escolas passassem a ter apenas ciclos únicos. 754 unidades passariam a oferecer só os anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ano), finais (6º ao 9º) ou ensino médio. Com isso, mais de 300 mil alunos seriam transferidos e 92 escolas, fechadas.
No dia 9 de novembro, cerca de 40 alunos da EE Diadema, no ABC Paulista, deixaram as salas de aula e passaram a ocupar corredores e demais dependências da escola contra a medida. Era o início de uma onda de protestos. No dia seguinte à ocupação em Diadema, foi a vez da EE Fernão Dias Paes, em Pinheiros e, daí em diante, o número de colégios tomados aumentou a cada dia. De acordo com o último balanço do Apeoesp (Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo), 199 escolas estão ocupadas, sendo 173 na capital. A Secretaria da Educação confirma manifestações em apenas 190.
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Nesta semana, os estudantes ampliaram a estratégia e passaram a atuar mais nas ruas da capital. A Polícia Militar reagiu com violência em quase todos os atos. Bombas de efeito moral foram usadas contra manifestantes e diversos alunos acabaram detidos.
Ontem, o MP (Ministério Público) e a Defensoria Pública de São Paulo protocolaram ação pedindo a suspensão da reorganização para garantir que todos os alunos continuassem, em 2016, matriculados e frequentando suas escolas atuais. Os órgãos criticaram a forma como a reorganização foi proposta, "sem consulta à comunidade escolar", e disseram acreditar que a pesquisa apresentada pela Secretaria da Educação não comprovou que haveria melhoria na qualidade de ensino, principal argumento para a realização das mudanças.
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