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Educação

Após suspensão de reorganização em SP, secretário de Educação deixa o cargo

Governo avalia que Voorwald não soube conduzir proposta que levou a desgaste de Alckmin 

Educação|Do R7, com Estadão Conteúdo

Voorwald assumiu em 2011, quando deixou cargo de reitor da Unesp
Voorwald assumiu em 2011, quando deixou cargo de reitor da Unesp

Depois da suspensão do projeto de reorganização da rede estadual de São Paulo, anunciado nesta sexta-feira (4), o secretário de Educação, Herman Voorwald, vai deixar o cargo. Ainda há discussões internas no Palácio dos Bandeirantes para definir o nome do substituto. 

O R7 apurou que o secretário já apresentou o seu pedido de demissão ao governador Geraldo Alckmin (PSDB). A saída decorre da avaliação de que ele não soube conduzir a discussão em torno do projeto, que acabou se transformando no maior desgaste político do governador em 2015. A reportagem tentou falar com o secretário, mas não obteve resposta.

O secretário não teria conseguido emplacar a tese de que o movimento era político e partidário. Ele teria, ainda, apresentado ao Palácio dos Bandeirantes avaliações imprecisas sobre o cenário e demonstrado dificuldades de estabelecer pontes de diálogo com os líderes do movimento para desmobilizar as ocupações. 

A avaliação entre os tucanos paulistas é que a resistência ao processo de reorganização e as ocupações vinham causando um desgaste a Alckmin maior até que a crise hídrica. Segundo a pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (4),seis em cada dez paulistas são contra a reorganização e 55% dos entrevistados apoiam as ocupações. O levantamento também revelou que Alckmin nunca enfrentou uma rejeição tão alta: 40% dos entrevistados classificam a gestão como regular, 30% como ruim e péssima e apenas 20% como ótima e boa.


A reorganização previa o fechamento de 93 escolas e a transformação de 754 unidades em ciclos únicos. O argumento é de que o projeto provocaria melhora nos indicadores educacionais. Além da oposição de alunos e professores, instituições como a USP, Unicamp, Unesp e UFABC se posicionaram contrárias ao projeto. Uma das críticas de especialistas e alunos é que o governo não havia realizado discussões sobre o projeto antes de anunciá-lo. 

Espaço


A primeira sinalização de que Voorwald estava enfraquecido aconteceu quando o secretário da Casa Civil, Edson Aparecido, foi escalado para negociar com o movimento. Antes disso, causou constrangimento interno no governo a entrevista do secretário em que ele afirmou que tem "vergonha" dos resultados da educação do Estado, concedida no último dia 25 à rádio CBN.

Voorwald assumiu a secretaria em 2011, quando deixou o cargo de reitor da Unesp (Universidade Estadual Paulista). No início do ano, sua saída já foi dada como certa, mas, naquele momento, o governo não conseguiu encontrar um substituto. Em setembro, o secretário participou de processo seletivo para a reitoria do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), tentativa posteriormente abandonada antes do resultado final.


Além de enfrentar a ocupação de escolas, o secretário conviveu no primeiro semestre deste ano com a maior greve de professores das escolas estaduais. O governo não concedeu reajuste aos professores neste ano.

Recuo

Em pronunciamento no Palácio dos Bandeirantes, Alckmin anunciou a suspensão, afirmou que os alunos estudarão em 2016 em suas escolas e que será aberto diálogo com cada uma das unidades.

— Recebi e respeito a mensagem dos estudantes e dos familiares, com suas dúvidas e preocupações. Nossa decisão é de adiar a reorganização.

No pronunciamento, Alckmin citou o papa Francisco, que afirma preferir o diálogo à violência.

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