Ingressos em cursos públicos de tecnologia de cresce 290% em dez anos
Em dez anos, total de matrículas na área saltou de 114.770 para 944.904
Educação|Do R7
O número de estudantes ingressos em cursos de graduação tecnológica nas modalidades presencial e a distância oferecidas por instituições públicas teve crescimento de 290% (de 14.284 para 55.766 alunos) entre os anos de 2003 e 2013. As informações têm base no Censo da Educação Superior 2013 divulgado nesta terça-feira (9) pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).
Brasil tem 7,3 milhões de estudantes universitários, diz MEC
Segundo o órgão, entre os anos de 2003 e 2013, as matrículas em cursos tecnológicos públicos e privados saltaram de 114.770 para 944.904, um crescimento médio anual de 24,1%. Em 2013, só nas instituições privadas existiam 466.000 estudantes, frente a 59.586 em 2003. O setor compreende a grande maioria (85,6%) das matrículas em cursos técnicos do País.
Vale destacar que, segundo os dados do Inep, entre os anos de 2012 e 2013, o número de ingressantes em graduações tecnológicas públicas aumentou em apenas 157 estudantes, ou seja 0%.
Entretanto, de maneira geral, o crescimento da área na última década sinaliza a expansão da formação tecnológica no ensino superior: atualmente, alunos dessa modalidade representam 13,6% das matrículas nessa fase do ensino — em 2003, esse percentual era de 2,9%.
Leia mais notícias de Educação no R7
Para José Lopes Bigode, professor e pesquisador do CEM (Centro de Educação Matemática) e consultor pedagógico do MEC (Ministério de Educação), a alta na procura por cursos de graduação tecnológicas é consequência “de uma política pública que, na última década, esteve focada na expansão das IFES [Instituições Federais de Ensino Superior]”.
Ele também cita que houve um incentivo forte no ensino médio técnico por meio de programas como Pronatec [Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego].
— É um movimento natural dos alunos que saem do ensino médio com formação técnica seguir a mesma área no ensino superior.
Quanto ao domínio das matrículas da área nas instituições privadas, o especialista destaca uma questão de conjuntura: “Em algum momento na história, as universidades públicas não estavam muito interessadas no ensino superior de nível técnico, e esse espaço foi ocupado pelas instituições privadas”.
Índice de formandos no ensino superior cai pela primeira vez em dez anos
Censo
O Censo da Educação Superior é divulgado anualmente pelo Inep. Os dados são coletados a partir do preenchimento dos questionários, por parte das Instituições de Ensino Superior (IES).
Ele reúne informações para na análise de dados sobre cursos de graduação presencial ou a distância, cursos sequenciais, vagas oferecidas, inscrições, matrículas, ingressantes e concluintes, além de informações sobre docentes, nas diferentes formas de organização acadêmica e categoria administrativa (instituição pública ou privada; federal, estadual ou municipal).
Depois de publicadas na Sinopse Estatística, as informações não podem mais ser alteradas, pois passam a ser oficiais.