Ministério da Educação atrasa bolsa de pesquisadores
As bolsas deveriam ter sido pagas até o 5.º dia útil do mês
Educação|Do R7
Pesquisadores e estudantes estão com bolsas atrasadas da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), órgão federal ligado ao MEC (Ministério da Educação). Diferentes modalidades de bolsas - de iniciação à docência a programas de pós-doutorado - registram o problema, em vários locais do País. Segundo comunicado obtido pela reportagem, a Capes estaria aguardando recursos do MEC para realizar os pagamentos.
A reportagem identificou problemas no pagamento a bolsistas em Santa Catarina, Paraná, Rio, Minas Gerais, Bahia, Piauí, Sergipe, São Paulo e Pernambuco, entre outros Estados. Em grupos de debate numa rede social, bolsistas reclamam que não conseguem nenhuma resposta da Capes sobre a situação do pagamento.
As bolsas deveriam ter sido pagas até o 5.º dia útil do mês. O MEC defendeu, em nota, que o processo para o pagamento teria sido efetuado entre os dias 5 e 9, "conforme previsto". Não informou por que o dinheiro não caiu na conta dos beneficiários. O ministério e a Capes não deram outros detalhes.
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Mensagem encaminhada ontem a bolsista pela equipe de um dos programas da Capes - o Observatório da Educação (Obeduc) - indica que o setor financeiro estaria aguardando recursos do MEC. "Ainda não temos uma previsão de data", diz a mensagem.
A Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) já procurou o órgão do MEC para obter explicações sobre os atrasos.
— Disseram que todas as bolsas foram pagas e que o problema havia sido resolvido, mas os bolsistas continuam relatando problemas, diz a secretária-geral da ANPG, Hercília Melo.
Segundo a associação, o Programa de Bolsas para Pós-doutorado (PNPD) foi o mais afetado. Também foi atingido o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid).
Contas
Pesquisadores relatam que já passam dificuldades para pagar as contas. "Não posso ter carteira assinada enquanto ganho a bolsa, então esse benefício é meu principal ganha-pão. Estou preocupado", disse um mestrando da Universidade Federal de Sergipe (UFS), que não recebeu a bolsa até agora e pediu anonimato.
— Já liguei, mandei e-mails, e não dão respostas coerentes.
No Facebook, bolsistas têm relatado "desespero" com a situação e "desesperança" com o pagamento. A mestranda em Educação Bruna Camargo, de 23 anos, afirma que não conseguiu respostas com a Capes.
— Nos telefonemas, eles dizem que estão cientes do problema, mas não têm previsão do pagamento", diz. "Nossas contas estão vencendo, eu mesma terei de recorrer a um empréstimo para pagar as contas. Ou então meu nome irá para o Serasa.
Hercília disse que essa não é a primeira vez que a Capes atrasa bolsas.
— O mais grave é que não sai um comunicado oficial, não há uma nota, nenhum cuidado, informando que os problemas serão resolvidos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.