Aécio diz que sonho do brasileiro é morar na propaganda do PT
Durante debate, candidato do PSDB disse que presidente Dilma fala sobre "Brasil virtual"
Eleições 2014|Do R7
Na abertura do terceiro bloco do debate entre presidenciáveis que acontece na TV Bandeirantes na noite desta terça-feira (27), o jornalista Boris Casoy perguntou à presidente Dilma Rousseff se ela manterá ou mudará a política econômica.
Dilma argumentou que hoje ninguém pode negar que enfrentamos uma grave crise internacional e, ao contrário do passado, em que sempre se usava a receita de "colocar o trabalhador para pagar" os custos, seu governo se recusou a fazer isso, destacando que o governo conseguiu manter empregos — enquanto o mundo inteiro desempregou — e a inflação sob controle. Ela destacou ainda que, além de investimento em infraestrutura, o governo investiu pesado em educação e ofereceu oportunidades à população.
Na sequência, Aécio Neves, dizendo que "o sonho do brasileiro é morar na propaganda do PT", se direcionou a Dilma, e questionou se é possível hoje comprar as mesmas coisas que se comprava meses atrás, argumentando que o Brasil precisa iniciar um novo ciclo de mudanças.
Dilma respondeu que Aécio "claramente desconhece a grave crise internacional", relacionou os avanços do governo petista e disse não ser possível fazer comparação entre o momento atual e o que ocorria no País há 12 anos.
Marina Silva (PSB) foi perguntada se manteria o atual número de ministérios e se atuaria como uma gerente, caso vença as eleições. A candidata disse que os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não eram gerentes, mas fizeram coisas boas para o País. E utilizou o mesmo mote que seu companheiro de chapa, o falecido governador Eduardo Campos, dizendo que, mesmo com uma presidente que se diz gerente (a presidente Dilma Rousseff), o Brasil "será entregue no ano que vem ao próximo governante muito pior do que estava no início da gestão da petista".
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Marina disse que um presidente da República precisa de credibilidade, legitimidade e visão estratégica para gerir o Brasil.
— Quando não se tem visão estratégica, não é possível gerir nem a si mesmo.
Marina disse ainda que o atual governo petista faz uma política do "toma lá, dá cá" na administração do País.
Indagado sobre reforma administrativa, o candidato do PSDB, Aécio Neves, voltou a citar a sua experiência nos oito anos de administração do governo de Minas Gerais. E falou que construiu o maior número de parcerias público-privadas "da história do Brasil".
Na réplica, Marina criticou a gestão do tucano na área da educação no Vale do Jequitinhonha, onde os professores, segundo ela, ganham muito mal. Na tréplica, Aécio a ironizou, dizendo que ela falava isso não por maldade, mas por desconhecimento, reiterando que melhorou, sim, o salário dos professores dessa região, considerada o "nordeste de Minas".
Fator Previdenciário
Pastor Everaldo (PSC) foi indagado se manteria o fator previdenciário e destacou que tem um aposentado em casa, o seu pai, criticando esse fator, pois no seu entender achatou as aposentadorias.
— Isso foi um desastre para os aposentados brasileiros, provocando defasagem nos salários, mas vamos trabalhar para recuperar as perdas dos aposentados do Brasil.
Na réplica, Marina lamentou a realidade em que vivem os jovens e os idosos do Brasil, destacando que se mede a responsabilidade de um país pela forma com que ele cuida de seus jovens e idosos. "Estamos comprometidos para fazer uma correção e dar dignidade aos aposentados."
Nesse bloco, a candidata do PSOL, Luciana Genro, criticou a política econômica do governo petista, dizendo que eles tentam controlar a inflação com a elevação da taxa de juros.
— A política econômica da presidente Dilma tem gerado muito lucro para o setor financeiro, onde só os bancos ganham e a inflação não fica sob controle.
Luciana desafiou a presidente a implantar o imposto sobre grandes fortunas. A candidata do PSOL falou que a maneira de baixar a inflação seria com a reforma agrária.
— Defendo a demarcação imediata das terras indígenas com reforma agrária.
O candidato do PV, Eduardo Jorge, falou de suas bandeiras, como o financiamento público de campanha, apenas para as pessoas físicas, para evitar o chamado "voto de cabresto", onde o eleitor se sente obrigado a atuar em favor dos grandes grupos do capital que o ajudaram a eleger com as doações.
O tucano Aécio Neves falou também de uma de suas bandeiras nesta campanha, o fim da reeleição e mandato de cinco anos para presidente da República.
Levy Fidelix (PRTB), questionado sobre a independência do Banco Central, disse que o Brasil está falido, quebrado financeiramente.
— Vamos fazer uma auditoria fiscal com relação à dívida, caso contrário este País vai para o buraco.
Eduardo Jorge, do PV, afirmou que o Banco Central independente, proposta da coligação de Marina Silva, "é apenas um fetiche para favorecer os rentistas e aumentar os juros, beneficiando os banqueiros".