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Aécio e Marina prometem arrocho fiscal, e Dilma deve manter tripé flexível, dizem economistas

Proposta dos candidatos para macroeconomia é parecida, mas fonte de financiamento muda

Eleições 2014|Carolina Martins, do R7, em Brasília

Candidatos à Presidência da República precisam convencer que suas propostas econômicas são as melhores para o País
Candidatos à Presidência da República precisam convencer que suas propostas econômicas são as melhores para o País Candidatos à Presidência da República precisam convencer que suas propostas econômicas são as melhores para o País

Especialistas avaliam que quem ganhar as Eleições 2014 para a Presidência da República deve enfrentar um ano economicamente difícil em 2015 e, por isso, cada candidato ao Planalto tenta provar que sua proposta de política econômica é a melhor solução.

No entanto, para a política macroeconômica, a proposta dos três candidatos mais bem colocados nas pesquisas de intenções de voto são muito parecidas. Os candidatos Dilma Rousseff (PT), que disputa a reeleição, Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB) defendem o sistema de metas de inflação, a economia para pagar a dívida pública (superávit primário) e o câmbio flutuante.

São essas três diretrizes que caracterizam o tripé macroeconômico básico. E, nas propostas de governo apresentadas ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), tanto Aécio como Marina são claros na defesa da manutenção do tripé.

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Já na proposta que apresentou ao registrar a candidatura, a presidente Dilma não usa o termo tripé macroeconômico, mas cita flexibilidade da taxa de câmbio, inflação estável e rigor da gestão fiscal como objetivos do governo.

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De acordo com os economistas ouvidos pelo R7, a diferença entre as três propostas é mínima. O professor de economia da Unicamp (Universidade de Campinas) André Biancarelli chega a afirmar que os planos de Aécio e Marina para a macroeconomia são iguais.

Segundo ele, o projeto dos dois é guiado pela mesma diretriz. Até os nomes pensados para formar a equipe econômica, em caso de vitória, são os mesmos, explica Biancarelli.

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— Os programas econômicos de Aécio e de Marina têm a mesma filiação, têm a mesma visão de mundo, a mesma visão de Estado dentro da economia, são muito parecidos mesmo. A Marina colocou no papel coisas que o PSDB não teve coragem de colocar.

No entendimento de Biancarelli, o programa macroeconômico de Dilma também é muito parecido com os dos concorrentes, com a diferença de que a presidente propõe um tripé “mais flexível”. Segundo o economista, o que difere as propostas é a intensidade do reajuste proposto na política fiscal (gastos públicos e carga tributária).

— A diferença é de intensidade e não exatamente de instrumentos novos. Ajustes nos gastos públicos serão feitos. É de se prever que uma vitória da oposição traria um primeiro ano bastante duro, com cortes de gastos, corte de despesas e corte de investimentos. Um segundo mandato da Dilma tende a continuar na prioridade atual, preservando a renda e o emprego e ser menos radical no combate à inflação.

Petróleo x economia verde

Para o economista da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) Carlos Eduardo Young, a maior diferença entre as propostas econômicas é de caráter estrutural. Segundo o especialista, o que muda são as prioridades do governo na hora de direcionar o investimento feito com dinheiro público.

De acordo com Young, um segundo mandato de Dilma manteria a política expansionista, de estímulo ao crédito, contando basicamente com os recursos que vão entrar por meio da exploração de petróleo.

— Se fizermos uma rápida análise de palavras-chaves, petróleo é um termo que se repete diversas vezes nas propostas apresentadas pela Dilma. É muito evidente que se pretende uma expansão do financiamento por esse setor. Seremos uma economia exportadora de petróleo e isso vai nos financiar — isso é o programa Dilma.

Por outro lado, Young, que é especialista em economia verde, avalia que o programa de Marina coloca a exploração do pré-sal em segundo plano porque tem o objetivo de investir em fontes de energia limpa.

— No programa da Marina, petróleo aparece uma ou duas vezes, sempre como a ressalva de que nós precisamos investir nisso, mas é preciso diversificar a matriz energética. A economia do baixo carbono está presente nos três programas, os três defendem, mas aparece com mais frequência no programa da Marina.

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