A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, negou neste domingo (19) irregularidades na execução do Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego). Dilma falou sobre o assunto ao comentar reportagem do jornal Folha de S.Paulo, que, com base em relatório da CGU (Controladoria-Geral da União), aponta falhas no acompanhamento dos alunos matriculados no programa.
Segundo a reportagem do jornal, não é possível precisar quantos são os estudantes desistentes e se o repasse de recursos continua sendo feito às instituições parceiras.
“Fiquei satisfeita [com o relatório] porque a controladoria esclareceu perfeitamente que os cursos são fiscalizados e que temos de aperfeiçoar a fiscalização. Não há nenhuma irregularidade no Pronatec”, disse a candidata em entrevista à imprensa.
Dilma explicou que os cursos são, em grande parte, feitos em parceria com o Sistema S (Senar, Senac, Senat e Senai) e defendeu o caráter gratuito programa.
— No Brasil, se não tiver cursos gratuitos, não se atinge a multidão que precisa, que vai usufruir e transformar os cursos em riqueza para o País.
Segundo ela, o Pronatec atende a cerca de 8 milhões de pessoas.
A candidata destacou que, se conquistar mais um mandato no próximo domingo (26), ampliará o Pronatec, incluindo jovens aprendizes no programa.
— O obstáculo era que as micro e pequenas empresas tinham que pagar um curso para esses adolescentes acima de 15 anos e não tinham condição. Estamos incorporando dentro do Pronatec.
Atualmente, o programa atende a jovens que cursam o ensino médio e também a trabalhadores que buscam qualificação profissional.
Dilma lembrou que o acesso a informações sobre esse tipo de fiscalização é possível em âmbito federal porque a Lei de Acesso à Informação é cumprida.
— Não há esse nível de acesso à informação em todos os entes federados. No governo federal, é garantido que [se] acessa [tal tipo de informação].
A candidata, que está em São Paulo desde o final da manhã de hoje, participará, às 22h15, na TV Record, de debate com Aécio Neves, do PSDB, seu adversário no segundo turno.
Questionada se o clima de hostilidade e ataques será mantido no debate desta noite, ela disse que espera poder falar sobre suas propostas.
— É do meu interesse. Tenho propostas que não só estão no papel, mas que estão também na realidade.
Dilma ressaltou, porém, que essa disposição tem de partir dos dois candidatos.
— É impossível escutar agressões, desrespeitos e preconceitos sem responder, principalmente em um quadro eleitoral.