Marina Silva atende a imprensa na chega à sede do PSB, em Brasília
21.08.2014/Bruno Lima/R7A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, afirmou nesta quinta-feira (21) que o rompimento com o ex-coordenador da campanha de Eduardo Campos foi causado por um “mal entendido”. Carlos Siqueira, secretário-geral do partido e chefe da candidatura Campos, anunciou hoje que não participará da campanha da ex-senadora ao Palácio do Planalto.
Marina afirmou, no entanto, que está disposta a manter todo o quadro de coordenadores que foi indicado pelo partido e espera que a legenda resolva o problema.
— O que eu disse é que os coordenadores que o PSB entendesse que seriam eles, eram os coordenadores. Porque eu não iria fazer interferência na coordenação que já havia sido indicada pelo PSB. É lógico que estamos diante de uma situação que tem um mal entendido e que o próprio PSB deve esclarecer.
O "mal entendido" na campanha acontece menos de 24 horas após a chapa do PSB ser oficializada, com Marina para presidente e o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS) como vice.
Siqueira deixou a coordenação da campanha por não ter sido indicado por Marina para continuar no posto. Mas a candidata alega que não fez a indicação porque isso caberia ao PSB.
Ambos participam hoje de uma reunião na sede do partido, em Brasília, com todas as outras legendas que integram a coligação Unidos Pelo Brasil: PPS, PPL, PRP, PHS e PSL, além do PSB e da Rede Sustentabilidade, grupo político da presidenciável.
Na chegada ao evento, Siqueira afirmou apenas que a campanha está entrando em uma “nova fase”.
— Eu estava numa coordenação de uma pessoa que era do meu partido e em quem eu tinha restrita confiança. Agora terminou essa fase e vai ter uma nova.
Siqueira confirmou que não trabalha mais para a eleição da ex-senadora e disse que a decisão sobre quem vai integrar o grupo à frente da campanha deve vir da própria candidata.
— A campanha vai continuar com uma nova candidata, e daí essa nova candidata deve escolher o seu coordenador.
Quando questionado se aceitaria o cargo, ele preferiu não tomar uma posição.
— Não posso falar, sou apenas um membro da direção, precisa a direção decidir o que vai fazer.
Coligação
Mesmo com o mal estar dentro do PSB, assessores de Marina garantem que não há disputa de cargo e que a coligação está pacificada sobre a candidatura.
O presidente do PPS, deputado Roberto Freire, lamentou a saída de Siqueira, mas afirmou que entende os motivos do ex-coordenador.
— Ele deve ter suas razões. Lamento. Respeito muito Carlos Siqueira e gosto muito dele.
A saída de Siqueira é a segunda baixa da coligação menos de um dia após a chapa Marina e Albuquerque ser oficializada. O PSL, que também faz parte da aliança Unidos Pelo Brasil, não enviou representantes para o evento em Brasília.
Ao R7, o presidente da legenda, Luciano Bivar (PSL-PE), disse hoje que o partido vai deixar a coligação após a "mudança substancial na cabeça da chapa".
— Nós não tivemos nenhum contato pessoal com a candidata. Ela não reafirmou os compromissos que tínhamos com o Eduardo Campos, e ficamos muito preocupados e muito desconfortáveis em acompanhar [a campanha] quando, na verdade, a gente não sabe o que ela pensa.
No entanto, para Marina Silva, a ausência de Bivar no encontro de hoje se deve a conflito de agenda.