Ex-diretor cita outros políticos envolvidos com suposto esquema de corrupção na Petrobras, diz revista
Paulo Roberto Costa informa ligação de mais um governador, dois senadores e um deputado
Eleições 2014|Do R7, com Agência Estado
O ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, que já havia denunciado o suposto envolvimento de políticos com um esquema de pagamento de propina na estatal, vazou novos nomes de políticos que teriam participado do esquema à revista IstoÉ, publicada neste sábado (13).
Entre os supostos envolvidos, segundo as informaçoes da revista, estão o deputado federal e candidato à reeleição pelo Rio de Janeiro Eduardo Cunha (PMDB-RJ); o governador do Ceará, Cid Gomes (PROS); o senador Delcídio Amaral (PT-MS), que disputa o governo de MS; e o senador Francisco Dornelles (PP-RJ), candidato a vice-governador no Rio de Janeiro.
Costa foi preso em março sob a acusação de participar de um esquema de lavagem de dinheiro comandado pelo doleiro Alberto Youssef e optou por colaborar com a polícia, concordando em realizar uma delação premiada.
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Nos depoimentos prestados à Polícia Federal, Paulo Roberto Costa teria dito que três governadores, seis senadores, um ministro e pelo menos 25 deputados, supostamente, embolsaram dinheiro ou tiraram algum proveito da parte dos valores desviados dos cofres da Petrobras.
Entre os nomes mencionados inicialmente pelo ex-diretor, aparecem os atuais presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB), além do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB), e dos senadores Ciro Nogueira (PI), que é presidente nacional do PP, e Romero Jucá (PMDB-RR), ex-líder de governo.
Resposta
O líder do PMDB na Câmara Federal, deputado Eduardo Cunha (RJ), negou por meio da rede social Twitter que tenha recebido doação de empresas envolvidas no esquema de pagamento de propina da Petrobras. Ele afirmou que vai procurar o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) e que processará quem o está acusando.
Cunha disse na rede social que está acostumado a sofrer retaliações de órgãos de imprensa.
— Além da citação a esmo minha, mesmo as demais citações são sem qualquer fato e fazem ilação de doação eleitoral com outra coisa. E, de mim, nem doação podem falar, porque não recebi qualquer doação de empresas citadas.
Para ele, o envolvimento de seu nome "evidentemente" tem o objetivo de causar prejuízo eleitoral. "Até se esclarecer, se passa o tempo da eleição", argumentou.
O deputado reclamou ainda que não foi procurado pela revista. "Mais uma vez, a revista IstoÉ () insiste em me envolver em qualquer coisa", afirmou.
Segundo ele, a edição não traz fatos e apenas cita seu nome de "forma leviana". "Óbvio que desafio a mostrar qualquer fato real e, não tenham dúvidas, que não perderei um segundo para responder (...)", continuou. O parlamentar afirmou que vai procurar o TRE porque "isso merece resposta imediata". "Além disso, depois do TRE, óbvio que vou processá-los", afirmou.