Jato usado por Campos foi emprestado por empresários e seria declarado após campanha, diz PSB
Partido divulgou nota oficial nesta terça-feira e esclarece uso da aeronave
Eleições 2014|Do R7, com Estadão Conteúdo
O PSB (Partido Socialista Brasileiro) divulgou nota oficial nesta terça-feira (26) em que esclarece que o jato usado em campanha pelo candidato à Presidência Eduardo Campos havia sido emprestado por dois empresários. Esta é a pela primeira vez que o partido se manifesta oficialmente sobre a utilização da aeronave após o acidente que matou o político e outras seis pessoas, no dia 13 de agosto.
Segundo o texto, o uso da aeronave de prefixo PR-AFA foi "autorizado pelos empresários João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho e Apolo Santana Vieira". A nota, assinada pelo presidente nacional do partido, Roberto Amaral, explica ainda que o empréstimo do avião seria devidamente declarado quando a campanha terminasse. "Nos termos facultados pela legislação eleitoral, e considerando o pressuposto óbvio de que seu uso teria continuidade até o final da campanha, pretendia-se proceder à contabilização ao término da campanha eleitoral, quando, conhecida a soma das horas voadas, seria emitido o recibo eleitoral, total e final", diz o texto.
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O partido explica, ainda, que a demora para prestação de esclarecimentos sobre o uso do jatinho ocorreu porque o acidente "impôs conhecidas alterações tanto na direção partidária quanto na estrutura e comando da campanha, donde as dificuldades enfrentadas no levantamento de todas as informações que são devidas aos nossos militantes e à sociedade brasileira".
Na última segunda-feira (25), Marina Silva, atual candidata do PSB à Presidência, e Beto Albuquerque, seu vice, declararam que explicações sobre o uso do jatinho seriam dadas até esta terça-feira. O deputado do PSB-RS declarou, na ocasião, que o caso era "responsabilidade nossa, da direção nacional do PSB"
— Entre hoje e amanhã, eu espero que o escritório de advocacia que nós contratamos possa dar ao Brasil e a vocês todos os esclarecimentos. Nós estamos juntando todas as informações para que não deixe qualquer dúvida pra ninguém.
A PF (Polícia Federal) investiga o acidente e negou, nesta terça-feira, que estaria investigando o uso de caixa dois na compra da aeronave. Em nota divulgada hoje, a PF informa que "o inquérito instaurado no dia 13/8 tem como objetivo apurar as causas do acidente da aeronave de prefixo PR-AFA." E esclarece que as "investigações sobre crimes eleitorais só podem ser iniciadas após requisição ou autorização da Justiça Eleitoral."
A nota da PF foi divulgada após Beto Albuquerque, candidato a vice na chapa de Marina, criticar a instituição pela suposta investigação de caixa dois.
O jato pertence oficialmente à AFAndrade, mas a empresa informou à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) que vendeu a aeronave para dois empresários de Pernambuco. A venda, contudo, só foi informada ao órgão de controle após o acidente.