Não há nenhuma possibilidade de votar em Aécio, diz Luciana Genro
Candidata do PSOL terminou em quarto lugar na eleição presidencial
Eleições 2014|Do R7, com Estadão Conteúdo
Quarta colocada na eleição de domingo (5) com mais de 1,6 milhão de votos, a candidata do PSOL à Presidência da República, Luciana Genro, declarou que ainda não decidiu a quem apoiará no segundo turno, mas descartou qualquer possibilidade de votar em Aécio Neves (PSDB).
“É evidente que não há nenhuma possibilidade do PSOL chamar o voto no Aécio”, escreveu Luciana na segunda-feira (6) em sua página no Facebook.
Para a ex-deputada federal, “isso também não significa que o PSOL vá chamar o voto na Dilma. Nós vamos debater internamente e em dois ou três dias a posição será expressada”, escreveu.
Na mensagem, Luciana reiterou que “o segundo turno será debatido pelo partido”.
— Eu não tenho autorização nenhuma para expressar uma posição, porque essa posição será discutida pela direção do partido.
Em entrevista ao Estadão Conteúdo, Luciana declarou: "é óbvio que a Dilma não representa as bandeiras que defendemos".
Nas eleições de 2006 e 2010, o PSOL decidiu por não optar entre PT e PSDB. "É muito possível que mantenhamos essa posição. Há diferentes matizes dentro do partido, mas acho que vamos conseguir consenso nesta linha", disse.
Bancada
Em 2010, o candidato do partido à Presidência, Plínio de Arruda Sampaio, teve apenas 886 mil votos (0,87%). Nas eleições deste ano, o PSOL aumentou sua bancada de três para cinco deputados federais e elegeu 13 estaduais — mais que o dobro do quadro atual.
Feliz com o resultado, Luciana acredita que o PSOL superou dificuldades e vê nas manifestações de junho de 2013 o principal fator para que os eleitores entendessem o discurso do partido.
— As pessoas nos viram com uma outra possibilidade política e de modelo de País.
Filha do atual governador gaúcho e candidato à reeleição Tarso Genro (PT), Luciana não abre o jogo sobre quem vai apoiar no segundo turno no Rio Grande do Sul — Tarso vai disputar o cargo contra o candidato do PMDB, José Ivo Sartori.
— Não vou tomar uma posição pessoal. O coração da Luciana não está exposto publicamente sobre esse assunto.
É possível que Luciana dispute a prefeitura de Porto Alegre em 2016, mas ela desconversa.
— Não faço da política uma carreira, mas eu gosto muito de disputar eleição. Se o partido decidir, concorro com prazer.
Derrotados nas urnas
Nesta semana, os candidatos derrotados nas urnas devem decidir pela neutralidade ou anunciar apoio aos dois candidatos em disputa: a presidente Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB).
A coligação de Marina Silva (PSB), terceira colocada com 22 milhões de votos, tende a escolher Aécio — a decisão será tomada até o final da semana.
Eduardo Jorge, do PV, sexto colocado com 630 mil votos, disse ontem também que seu partido não deve se manter neutro nesta reta final de eleição.