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"Não me entrego. Porque eu e ele somos sorriso. Somos vida", diz viúva de assessor de Campos

Em texto para o R7, Cecília Ramos conta como tem sido seus dias sem o marido, Carlos Percol

Eleições 2014|Ana Cláudia Barros, do R7


Foto tirada em raro momento de folga do casal em São Paulo: "Você fazendo a cara que eu amava", escreveu Cecília em uma rede social
Foto tirada em raro momento de folga do casal em São Paulo: "Você fazendo a cara que eu amava", escreveu Cecília em uma rede social Foto tirada em raro momento de folga do casal em São Paulo: "Você fazendo a cara que eu amava", escreveu Cecília em uma rede social

Desde o último dia 13 de agosto, a vida da jornalista Cecília Ramos se alterna entre altos e baixos. Foi nesta data em que ela viu sua história de amor ser abreviada por uma tragédia. O marido de Cecília, Carlos Augusto Ramos Leal Filho, conhecido como Carlos Percol, estava entre as sete vítimas da queda do avião que matou Eduardo Campos, candidato do PSB à Presidência da República. Percol era assessor e trabalhava na campanha do ex-governador de Pernambuco.

Em texto exclusivo para o R7, Cecília recorda-se com ternura da cumplicidade que tinha com o marido e fala sobre o primeiro mês de ausência, o mês em que viveu “o inacreditável, o surreal, o impossível”.

Veja o texto na íntegra:

"Este é um mês de "datas". O 1º mês do acidente...

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No ultimo dia cinco de setembro faríamos cinco meses de casados, mas já morávamos juntos há mais de três anos.

Voltei ao trabalho, no comitê aqui em São Paulo (da Coligação Unidos pelo Brasil, de Marina). Eu já trabalhava na equipe de comunicação antes do acidente. O trabalho tem sido decisivo para me dar forças, para me por de pé. E o apoio da família, dos amigos e de milhares de desconhecidos do Brasil inteiro está sendo meu santo remédio. Nesse primeiro mês só tenho a agradecer a todos que dedicaram seu tempo a tentar amenizar minha dor.

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Sábado (13) faz um mês. Faz um mês que eu vivo o inacreditável, o surreal, o impossível. Eu e Percol tínhamos muita coisa em comum: o amor ao trabalho, o bom humor, na verdade, éramos dois comediantes; o gosto pelo esporte, a dedicação que tínhamos um ao outro... E principalmente: a gente não se agarrava a problema nenhum. A gente resolvia. E saber também que meu marido estava feliz — e ele estava felicíssimo na véspera daquele dia — me conforta muito.

No último dia 5, Cecília e Percol completariam cinco meses de casados
No último dia 5, Cecília e Percol completariam cinco meses de casados No último dia 5, Cecília e Percol completariam cinco meses de casados

Sábado (13) terá uma missa aqui em São Paulo, às 15h, na Paroquia São Francisco de Assis (é ao lado do comitê onde eu trabalho, na Vila Clementino, e é também colada com o flat que meu marido tinha alugado pra mim aqui em São Paulo). Mas não moro mais lá.

A missa de um mês será em memória de todas as sete vitimas do acidente, organizada pelo PSB. Terá também uma missa para meu marido no Recife às 10h, organizada pelas minhas cunhadas, irmãs dele.

Mantenho contato com três esposas de vitimas. E gostaria de abraçar todas elas sempre que o meu coração fica menorzinho de saudade. É um sentimento comum de uma saudade sem fim, mas um sentimento que temos também de esperança, de força. E a vida segue assim, com altos e baixos. E eu não me entrego. Porque eu e ele somos sorrisos, somos vida. "A gente é corpo fechado" era o que sempre dizíamos um ao outro. E eu sei como ele queria que eu estivesse: seguindo em frente".

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