Com a divulgação da pesquisa Ibope que mostrou o senador Aécio Neves com apenas 19% das intenções de voto, o PSDB já busca alternativas para manter seu candidato ao Palácio do Planalto vivo na disputa.
O discurso oficial é de que nada muda na campanha e que eleição no Brasil só esquenta para valer em setembro. Na prática, a primeira medida a ser tomada, ainda no calor dos números, é ampliar a exposição de Aécio.
A coordenação da campanha entende que quando Eduardo Campos era vivo, Aécio se destacava, já que o rival era ainda mais desconhecido do grande eleitorado. Agora, cabe aos tucanos fazer de seu candidato alguém visível na disputa com a atual presidente e com alguém que obteve 20 milhões de votos em 2010: Marina Silva (PSB).
Para o ex-governador de São Paulo Alberto Goldman, Aécio precisa polarizar com Marina Silva sempre que puder, tentando minar a ex-senadora para chegar assim ao segundo turno.
— Tem que fazer o debate mil vezes, se for necessário. E aí é campanha, muita campanha. Esclarecer a população para ela começar a acordar.
O vereador Andrea Matarazzo vai além, e faz críticas duras à Marina, postura que Aécio deve adotar nos próximos dias.
— Ela comove as pessoas, mas com um discurso ditatorial de que o Congresso e os partidos não servem. Isso não é democracia.
Matarazzo diz que o PSDB seguirá daqui por diante mirando Marina "ao estilo de Aécio".
— Será forte, combativo, mas não agressivo. A agressividade será na capacidade de mostrar aquilo que ele já fez.
Vice na chapa de Aécio, o senador Aloysio Nunes tentou minimizar o estrago da pesquisa na campanha.
— Não foi surpresa. Já espera que ela subisse, porque ela tinha esse percentual numa pesquisa feita em abril. Agora é trabalhar pelo Aécio.