PT usar falta d’água em São Paulo para atacar PSDB é “um desrespeito”, diz Alckmin
Campanha da presidente relacionou crise de abastecimento com "jeito tucano de governar"
Eleições 2014|Fernando Mellis, do R7
Após o PT usar quase metade do programa eleitoral deste domingo (19) para atribuir ao PSDB a crise de abastecimento de água em São Paulo, o governador do Estado, Geraldo Alckmin, rebateu o ataque. Durante o debate da TV Record, nesta noite, ele classificou as afirmações como “um absurdo verdadeiro e um desrespeito ao povo de São Paulo”.
— Acho que é um desrespeito com a população de São Paulo. É o povo de São Paulo que paga 41% do Orçamento federal. Não é postura correta. Mais de 20% dos municípios do Brasil têm problema hoje de abastecimento. Em São Paulo, são pouquíssimos e nós garantimos o abastecimento na região metropolitana.
O governador, que foi reeleito no primeiro turno, disse não acreditar que isso possa influenciar a votação de Aécio Neves no Estado.
— Mais do que os meus adversários tentaram explorar isso na eleição, impossível. Parece que a população está bem consciente.
Durante o horário eleitoral, Dilma relacionou a crise hídrica ao “jeito tucano de governar”. Ela ainda disse que o governo estadual sabia da necessidade de obras para diminuir a dependência do Sistema Cantareira, mas não as fez a tempo. A presidente também acrescentou que Alckmin recusou ajuda federal para enfrentar a crise.
Apesar do destaque na propaganda, Dilma não tocou no assunto durante o debate. Em seguida, ela disse que não quer usar o tema de forma eleitoreira e fez questão, assim como no programa de TV, de lembrar investimentos federais na área hídrica em São Paulo.
— O governo federal era a favor de ações emergências e também estruturantes. Nós nos dispomos, inclusive, a emprestar — apesar de o candidato [Aécio] dizer que nós não gostamos de PPP [parceria público-privada] — nós estamos viabilizando um empréstimo de R$ 2 bilhões pela Caixa para o consórcio que vai construir o sistema São Lourenço.
Dilma e Aécio evitam ataques pessoais e privilegiam propostas de governo para o País em debate