Anthony Garotinho (PR), ex-governador do Rio de Janeiro, foi o terceiro entrevistado da série de sabatinas da Record News e do R7 com os candidatos ao governo do Estado do Rio de Janeiro. Ele disse que vai acabar com a concessão para administrar o Maracanã e prometeu que, em sua primeira semana de governo, vai cancelar a prorrogação por mais 28 anos do contrato com a Supervia (concessionária responsável pelos trens urbanos do Rio).
— Eu vejo que, para ter prorrogação de contrato, tem que haver uma contrapartida. Ninguém dá mais 28 anos de concessão sem algo em troca. O povo do Rio sabe da qualidade do serviço da Supervia. Não vejo nenhum motivo para manter esse contrato.
Além de rever os contratos com a Supervia, Garotinho prometeu colocar o Estado como regulador e fiscalizador do bilhete único.
— Há muito que se fazer no transporte e, nessa área, o Estado tem que assumir o bilhete único. As empresas de ônibus não podem decidir quanto querem receber pelo serviço. O bilhete único não pode ficar na mão dos empresários. Esse sistema está focado em ônibus. Vamos focar em VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) e na melhoria dos trens.
O candidato chamou de “vergonhoso” o montante investido na reforma do Maracanã e prometeu acabar com a concessão firmada com a iniciativa privada para administrar o estádio.
— Foram gastos mais de R$ 1,5 bilhão na reforma do Maracanã. Esse modelo de concessão que fizeram é vergonhoso. O Rio é quem vai pagar o empréstimo do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) que custeou a reforma do estádio. Vou cancelar na minha primeira semana de governo esse contrato.
Luiz Fernando Pezão (PMDB), candidato à reeleição, disse que ataques às UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) poderiam ter cunho político. Garotinho disse que não teria poder para fomentar tal confronto e classificou a afirmação do atual governador como “inconcebível”.
— Ou acham que eu sou um candidato muito forte ou o projeto [das UPPs] tem muitas falhas.
Garotinho afirmou que vai reformular o programa das UPPs e investir na reforma dos batalhões de Polícia Militar ao criar o Batalhão de Defesa Social.
— A UPP não é um mau programa, mas é incompleto. Vamos criar o Batalhão de Defesa Social. Reformar os batalhões da PM. Além de polícia, ele vai ter assistente social, defensor público, pré-vestibular social e inscrições para os programas sociais do governo.
Garotinho se posicionou contra o aborto e afirmou ser “radicalmente contra” tal prática. Disse não ter preconceito contra o casamento civil gay. Entretanto, para ele, a formação tradicional da família (homem, mulher e filhos) não deve ser alterada na Constituição Federal.
Alto índice de rejeição
Segundo a última pesquisa do Instituto Datafolha, Garotinho (PR) lidera o ranking de rejeição com 40% de eleitores que não votariam nele de jeito nenhum. Lindberg Farias (PT) e Luiz Fernando Pezão (PMDB) aparecem com 20% de rejeição cada. Crivella (PRB) tem 16% de rejeição. O candidato aponta quo o sistema de pesquisa é falho e afirma que esse dado não superaria 26%.
— Minha rejeição é alta porque tenho posições firmes. Mas o método que utilizam para medir essa rejeição nem se usa mais em países como os Estados Unidos. Como primeiro da rejeição, eu tenho 26 % e não 40%.
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Confira as datas, os candidatos e a ordem das entrevistas, definidos por sorteio:
25/8 – segunda — Tarcísio Motta — PSOL
26/8 – terça — Marcelo Crivella — PRB