'Dia difícil', diz Piñera após onda de protestos que deixou 8 mortos
Manifestações contra preço de passagem do metrô levaram Chile a problema de ordem pública. Governo decretou estado de emergência
Internacional|Do R7, com EFE
"Amanhã será um dia difícil", afirmou o presidente do Chile, Sebástian Piñera, na noite deste domingo (20), após uma semana de protestos violentos contra o aumento no preço da passagem de metrô de Santiago. As informações são do jornal chileno La Tercera.
As manifestações — que se estenderam para outras zonas além da capital — deixaram ao menos oito mortos e levaram o Chile a um grave problema de ordem pública, com muitos atos de vandalismo, de barricadas nas ruas, incêndios e saques a lojas e supermercados.
'Organização criminal'
Em pronunciamento, Piñera afirmou que o governo está consciente de que [os manifestantes] "têm um grau de organização e logística que é própria da organização criminal".
Ainda em pronunciamento, o presidente chileno afirmou que "estamos em guerra contra um inimigo poderoso, implacável, que não respeita nada nem ninguém, que está disposto a usar a violência e a delinquência sem qualquer limite".
Nesta segunda-feira, o metrô de Santiago deve funcionar de forma parcial. O mandatário decretou o estado de emergência em várias regiões para colocar a segurança nas mãos do Exército: "O general [Javier Iturriaga, chefe de defesa nacional] disponibilizou 9.500 homens para restabelecer a paz e seus direitos", acrescentou.
Projeto de lei
A Câmara dos Deputados do Chile ainda aprovou na noite de domingo, em sessão de emergência, um projeto de lei para cancelar o aumento dos valores da passagem de metrô.
A iniciativa legal foi aprovada por 103 votos a favor, 1 contra e 1 abstenção, e será vista pelo Senado esta manhã para sua total ratificação.
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O projeto foi enviado com urgência pelo presidente Piñera e, se passar pelo Senado, terá o poder de cancelar o aumento das tarifas.
'Escalada para causar danos ao país'
O ministro do Interior do Chile, Andrés Chadwick, completou que o país enfrenta uma escalada de "violência organizada" para prejudicar a convivência da população com os distúrbios, que até o momento causaram cerca de 1.500 detenções.
"Não vamos nos enganar, estamos diante de uma escalada real, sem dúvida organizada, para causar sérios danos ao nosso país e à vida de todos os cidadãos", disse Chadwick a jornalistas.
O ministro do Interior fez um balanço de mais de 70 "eventos graves de violência", entre os quais mais de 40 saques a supermercados, lojas e outros estabelecimentos.