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Diplomatas de Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai se reúnem hoje para tratar de impasse no Mercosul

O desentendimento sobre a presidência do bloco paralisa o bloco há pelo menos dois meses

Internacional|

Nicolás Maduro ao lado de esposa em cerimônia na Venesuela
Nicolás Maduro ao lado de esposa em cerimônia na Venesuela Nicolás Maduro ao lado de esposa em cerimônia na Venesuela

Em meio a mais um impasse que paralisa o Mercosul, diplomatas de alto escalão de Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai se reunirão na quinta-feira (4) no Uruguai para tentar uma solução para a presidência do bloco que não envolva aceitar a presidência pro tempore da Venezuela, disseram à Reuters fontes do governo brasileiro.

Na semana passada, o Uruguai declarou que estava deixando a presidência do bloco, enquanto o governo venezuelano afirmava que estava assumindo o posto, seguindo a rotação por ordem alfabética que rege as presidências pro tempore, mas apenas o Uruguai aceitou a declaração da Venezuela.

O impasse sobre a presidência do bloco paralisa o Mercosul há pelo menos dois meses. Aliado à Argentina e ao Paraguai, o Brasil articula para evitar que o governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, assuma o cargo.

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Nos últimos encontros de chanceleres levantou-se a possibilidade de suspender a Venezuela do Mercosul por não cumprir os requisitos de adesão ao bloco dentro do prazo de quatro anos.

Seria uma solução mais palatável do que simplesmente recorrer à cláusula democrática, o que certamente enfrentaria a resistência do Uruguai.

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As alternativas que serão analisadas pelos diplomatas são suspender a Venezuela e passar a presidência à Argentina ou, se essa medida não tiver consenso, ignorar a Venezuela e manter a coordenação do bloco nas mãos do conselho permanente de ministros, órgão colegiado do Mercosul.

“A chave é convencer o Uruguai”, disse à Reuters uma fonte diplomática, lembrando que qualquer decisão precisa ser tomada por consenso.

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Na próxima sexta-feira, durante o coquetel de recepção aos chefes de Estado que vêm para a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, o presidente interino Michel Temer irá continuar as negociações com os presidentes da Argentina, Maurício Macri, e do Paraguai, Horácio Cartes. No entanto, o presidente do Uruguai, Tabaré Vasquez, que precisa ser convencido a isolar a Venezuela, não estará no Rio.

Inicialmente mais diplomático nas afirmações e agressivo nos bastidores, o governo brasileiro vem aumentando o tom contra a Venezuela.

Na última sexta-feira, o ministro das Relações Exteriores, José Serra, divulgou uma carta entregue às chancelarias dos países do Mercosul afirmando que o governo brasileiro “entende que se encontra vaga a presidência pro tempore do Mercosul, uma vez que não houve decisão consensual a respeito de seu exercício no período semestral subsequente”.

“A decisão unilateral de encerrar a presidência pro tempore gera incerteza e impõe a necessidade de adoção de medidas pragmáticas para permitir o funcionamento do Mercosul. A sugestão argentina de estabelecimento de um mecanismo transitório de coordenação coletiva é medida construtiva que merece ser considerada”, continua o texto.

Na noite de terça, ao sair de um evento em um centro universitário, em Brasília, Serra afirmou que Maduro não tem condições de presidir o bloco.

“O presidente da Venezuela não tem condições para assumir a presidência do Mercosul. Primeiro porque a Venezuela não cumpriu as exigências existentes, os pré-requisitos para integrar o Mercosul. Segundo, porque, evidentemente, alguém que não consegue governar o seu país não vai poder levar o Mercosul para um bom caminho”, disse.

A Venezuela vive uma crise econômica e política marcada pelo desabastecimento de alimentos e de produtos básicos.

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