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Estudante norte-americano libertado da Coreia do Norte possui severa lesão cerebral

Ele está em coma desde março de 2016, pouco após sentença de 15 anos de trabalho forçado

Internacional|Do R7

Warmbier estava visitando a Coreia do Norte com um grupo turístico
Warmbier estava visitando a Coreia do Norte com um grupo turístico

Um estudante universitário norte-americano que retornou aos Estados Unidos nesta semana após ser mantido na Coreia do Norte por 17 meses possui severa lesão cerebral e está em estado vegetativo, disseram médicos nesta quinta-feira.

Otto Warmbier, de 22 anos, que chegou aos Estados Unidos na terça-feira, está estável mas “não mostra sinais de entender linguagem, responder a comandos verbais ou consciência de seu entorno”, disse Daniel Kanter, diretor médico de neurociência da unidade de tratamento intensivo da Universidade de Cincinnati.

“Ele não falou”, disse Kanter em entrevista coletiva. “Ele não se engajou em quaisquer movimentos propositais ou comportamentos”. Ele disse que Warmbier está respirando sem ajuda de aparelhos.

Warmbier, de Wyoming, Ohio, está em coma desde março de 2016, pouco após ser sentenciado a 15 anos de trabalho forçado na Coreia do Norte, informou sua família na terça-feira.


Ele foi preso por tentar roubar um item com um slogan de propaganda, relatou a mídia norte-coreana. Ele estava visitando a Coreia do Norte com um grupo turístico.

A Coreia do Norte informou nesta quinta-feira ter libertado Warmbier “por motivos humanitários”.


O pai do aluno da Universidade da Virgínia Fred Warmbier disse em entrevista coletiva anteriormente que seu filho havia sido “brutalizado e aterrorizado” pelo governo da Coreia do Norte.

Ele disse que a família não acredita na versão da Coreia do Norte de que o estudante tivesse entrado em coma após contrair botulismo e receber uma pílula para dormir.


Médicos disseram na quinta-feira que não havia sinais de botulismo no sistema de Otto Warmbier.

Kanter disse que Warmbier sofreu “extensa perda de tecido cerebral em todas as regiões do cérebro”, mas se negou a discutir o prognóstico de Warmbier a pedido da família.

O Departamento de Estado informou nesta quinta-feira que o diplomata norte-americano Joseph Yun, que negociou a libertação de Warmbier, também se encontrou com outros três cidadãos norte-americanos mantidos na Coreia do Norte.

Tensões entre os EUA e a Coreia do Norte tem crescido por conta de lançamentos de mísseis da Coreia do Norte e dois testes de bombas nucleares. Pyongyang prometeu desenvolver um míssil balístico intercontinental com ogiva nuclear capaz de atingir solo norte-americano.

Coreia do Norte liberta estudante dos EUA preso em 2016

Fred Warmbier diz ter ficado atordoado quando foi informado há uma semana sobre a condição de seu filho.

“Eu não sei o que é estar em choque, mas tenho certeza que eu estava”, disse.

“Não há desculpas para qualquer país civilizado manter sua condição em segredo e negar tratamento médico por tanto tempo.”

Ele disse que sua esposa, Cindy, não deixou de ficar ao lado do filho desde seu retorno aos EUA e que conversou com o presidente Donald Trump na noite de quarta-feira.

Em Wyoming, subúrbio no norte de Cincinnati com cerca de 8 mil habitantes, o retorno de Warmbier aos EUA foi marcado por faixas azuis e brancas, representando as cores da escola local de ensino médio, amarradas em volta de árvores e postes telefônicos.

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