Um estudo divulgado nesta quinta-feira (12) mostra que os oceanos recebem, em média, 8 milhões de toneladas de plástico por ano, e seus autores pedem que a comunidade internacional adote medidas para melhorar a coleta e o tratamento de resíduos plásticos.
Jenna Jambeck, professora de engenharia ambiental da Universidade da Geórgia, liderou o estudo, que analisou dados de resíduos sólidos recolhidos em 192 países em 2010.
"Oito milhões de toneladas equivalem a cinco bolsas de compras cheias de sacos plásticos a cada 30 centímetros no litoral dos 192 países analisados", disse Jenna em entrevista coletiva.
Poluição afeta quase 90% das principais cidades da China
Os resultados, publicados nesta semana na revista Science, indicam que, dos 275 milhões de toneladas de resíduos plásticos gerados em 2010, entre 4,8 e 12,7 milhões chegaram aos oceanos no mesmo ano, a maioria produzida por um grupo de 20 países — a China lidera este grupo, que inclui os Estados Unidos.
A equipe de pesquisadores, formada por engenheiros, biólogos, oceanógrafos e ecologistas, destaca que, embora outros estudos tenham já tivessem identificado a presença de resíduos plásticos nos oceanos, até agora não se tinha conhecimento sobre a quantidade que entra anualmente.
Jenna discursou durante a reunião anual da AAAS (Associação Americana para o Avanço das Ciências), realizada em San José, na Califórnia, e afirmou que não se trata de uma "lista acusatória", mas sim de uma possibilidade de analisar os motivos que levam os países a estar nessa lista.
De acordo com as projeções do estudo, a quantidade de resíduos plásticos que chega aos mares aumenta a cada ano, por isso, estima-se que em 2015 os oceanos receberão cerca de 9,1 milhões de toneladas de plástico.
A equipe advertiu que, caso providências não sejam tomadas, como a melhora da gestão de resíduos e a ampliação dos sistemas de reciclagem de plástico, esta quantidade poderá ter um impacto acumulativo de até 155 milhões de toneladas em 2025.
"Devemos reduzir a produção de resíduos e aumentar a quantidade de lixo recolhido e administrado corretamente", alertou Jambeck. Para chegar a estes dados, foi criado um modelo de prognóstico no qual, além de quantificar o desperdício, outros fatores são analisados, assim como a densidade demográfica ou a situação econômica de cada país, com dados do Banco Mundial.
Poluição causada pelo homem reduz chuvas na América Central, mostra estudo