A explosão que destruiu uma fábrica de fertilizantes perto de Waco, no Texas, na noite de quarta-feira (17), pode ter sido causada por amônia anidra, um gás tóxico utilizado na fabricação do nitrato de amônio, fertilizante amplamente usado na agricultura.
As causas da explosão ainda estão sendo investigadas, mas tudo indica que o gás seja um dos responsáveis pelo incidente.
Cerca de 25 toneladas da substância estavam armazenadas na fábrica West Fertilizer, segundo a imprensa local.
Bombeiros afirmaram que o gás pode ter formado uma "nuvem tóxica" na região e temem novas explosões. Por essa razão, metade da cidade de West foi esvaziada.
O gás é considerado de relativamente baixa inflamabilidade. No entanto, pode formar uma mistura explosiva com o ar a certas concentrações, e também em contato com certas substâncias, em especial flúor, cloro, bromo, iodo, óxido de prata e mercúrio.
Seu principal perigo, no entanto, é a sua toxicidade. Como um gás ou líquido, a substância é muito irritante para a pele e os olhos, e, no sistema respiratório, em contato direto, pode provocar queimaduras graves. A fumaça sufocante também pode causar desidratação e dificuldade para respirar.
Testemunha capta explosão no Texas em vídeo
Metade da cidade em que fábrica explodiu é esvaziada
Veja fotos da explosão na fábrica de fertilizantes
O fertilizante nitrato de amônio também é seguro, desde que não aquecido. A partir de 210 °C, decompõe-se e, se a temperatura aumentar para além de 290 °C, a reação pode tornar-se explosiva. Um incêndio, tubos superaquecidos, fiação defeituosa ou relâmpagos podem ser suficientes para desencadear tal reação em cadeia.
Para que uma explosão ocorra, deve haver também uma quantidade significativa de nitrato de amônio, segundo especialistas. Este foi o caso da catástrofe em Texas City, em abril de 1947, quando um incêndio em um navio que transportava 2.300 toneladas de nitrato de amônio causou uma série de explosões que matou mais de 500 pessoas.
Essa substância também pode ser utilizada na fabricação de explosivos e bombas quando misturada com óleo, tal como no atentado em Oklahoma City, em 1995, e no ataque em Oslo, em 2011, pelo atirador norueguês Anders Breivik.
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