A PF (Polícia Federal) prendeu, na manhã desta quinta-feira (21) 10 pessoas acusadas de planejarem um atentado terrorista durante as Olímpiadas do Rio, que começam no dia 5 de agosto. Em coletiva de imprensa, o ministro da Justiça e da Cidadania, Alexandre de Moraes, afirmou que todos os detidos são brasileiros, e fizeram contato por meio das redes sociais. Pró-reitor acadêmico e professor de relações internacionais da Faculdade Belas Artes, Sidney Leite avalia que “o farol do terrorismo está voltado para o Brasil” por conta da realização dos Jogos Olímpicos. Ele afirma que, até hoje, acreditava que a probabilidade de um ataque no País provavelmente partiria de indivíduos isolados — os chamados “lobos solitários” — como no caso do atentado recente em Nice, na França. No entanto, com a prisão de um grupo articulado nesta manhã, o especialista diz estar reavaliando sua posição. — O Brasil não está na rota tradicional dos grupos terroristas. Mas os fatos de hoje começam a mudar essa perspectiva.Imprensa internacional repercute prisão de grupo que planejava atos terroristas durante as OlimpíadasCristo Redentor e Maracanã podem ser alvos de terrorismo durante as Olimpíadas, diz especialista Leite ressalta que participou recentemente de um evento com as Forças Armadas do Comando Militar do Sudeste, e que, segundo os militares, embora o governo e o prefeito descartassem a probabilidade de um atentado no Rio durante os Jogos, o comando sempre acreditou nessa possibilidade. Apesar de as informações darem conta de que os suspeitos de terrorismo no Brasil serão monitorados somente até o fim dos Jogos Olímpicos, no dia 21 de agosto, Leite acredita que o esquema deveria ser estendido também para as paraolimpíadas.Centro das atenções De acordo com Leite, há uma relação entre o terrorismo e grandes espetáculos midiáticos. O professor diz que, em termos de visibilidade, as Olimpíadas são até mesmo mais importantes do que a Copa do Mundo, e lembra que já houveram atentados em outras edições dos Jogos, como o ataque à delegação de Israel em 1972, em Munique. Em relação às delegações, Leite acredita que a organização dos jogos deverá dar mais atenção a países diretamente envolvidos em conflitos no Oriente Médio e alvos recentes de atentados, como Estados Unidos, Israel e França.Grupo brasileiro ligado ao EI iniciou treino de tiros e tentou comprar fuzil no Paraguai, diz ministroRelatório liga terroristas conhecidos como "lobos solitários" a doenças mentais O pró-reitor da Belas Artes acredita que, até o momento, as autoridades brasileiras fizeram “tudo certo” no que diz respeito à proteção contra um eventual ataque terrorista. — Nós devemos temer uma ação terrorista, porque assim nós nos preparamos para o pior. Todo o rigor que for colocado nos protocolos de segurança, me parece muito bem vindo Para Leite, as autoridades brasileiras não podem permitir que ocorra o mesmo que em Nice, na França — onde, segundo ele, houve um “erro estratégico no esquema de proteção”. — Como um caminhão, com mobilidade mais difícil, consegue passar barreiras e matar pessoas por 2 quilômetros? Houve um descuido crasso em relação a segurança contra terroristas ali.*Por Luis Jourdain