Apesar de leis de proteção, caçadas são liberadas em várias partes do mundo

Leis ambientais tentam salvar animais, impondo regras, mas não proibindo ação de caçadores

Internacional|Do R7

21/11/2013 - 00h30 (Atualizado em 20/04/2024 - 10h57)

A apresentadora de TV americana Melissa
Bachman causou polêmica no último fim de semana ao postar uma foto sorridente ao lado de um leão morto
por ela durante uma caçada na África do Sul. A atitude de Melissa
despertou a ira de milhares de internautas em todo o mundo, mas a
apresentadora não deve ser punida legalmente, já que a caçada de leões é
permitida na África do Sul.

Em outros países,
no entanto, há leis que proíbem a caça de determinadas espécies,
principalmente a das ameaçadas de extinção, e limitam a quantidade de
animais que podem ser abatidos.

Além disso, há
legislações específicas para a época do ano em que a caçada é
realizada, para minimizar o impacto dos abates no período de reprodução
dos animais selvagens. Há ainda leis que determinam os locais onde é
permitido caçar e os tipos de armas que podem ser utilizadas.

Segundo
a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação
(FAO), legislações ambientais de todo o mundo se tornaram mais rígidas e
efetivas nos últimos anos. No entanto, ainda há problemas, como a falta
de fiscalização e as brechas na lei que precisam se resolvidos.

A seguir, saiba quais são as regras em alguns países

Em Botsuana, na África, toda fazenda ou rancho precisa ter uma licença para se
tornar um local de caça. Em alguns casos, também é necessário isolar o
terreno com cercas ou barreiras para afastar animais selvagens.

Se
a área estiver devidamente isolada, não há limites para o número de
animais abatidos, caso contrário, uma autorização especial deve ser
pedida pelo dono do local. Também é preciso ter autorização para vender
animais inteiros ou apenas a carne ou a pele.

Espécies
consideradas pelo governo como "protegidas" ou "parcialmente protegidas" podem ser
criadas para caça somente com uma autorização específica

Em novembro do ano passado, oito meses depois de o rei da Espanha, Juan Carlos (foto), quebrar a bacia em
uma viagem para caçar elefantes em Botsuana, o ministro do Meio Ambiente
do país anunciou que proibirá a caça de animais selvagens, a partir de
2014, para evitar que espécies como os elefantes entrem em extinção.

Cerca de um terço da população mundial de elefantes está em Botsuana

No mês de abril, o Japão finalizou a temporada de caça de baleias nas águas glaciais do continente antártico com o
menor índice histórico de capturas desde 1987.

De acordo com o
ministro da Agricultura e da Pesca, Yoshimasa Hayashi, 103 baleias rorquais foram capturadas, menos da metade em comparação com o ano passado. O Japão havia estabelecido uma quota para este ano de mais de mil rorquais.

O ministro também anunciou que não pretende interromper a pesca das baleias, uma atividade
"que faz parte da nossa cultura", segundo Hayashi

Em Camarões, é permitido que animais retirados da natureza sejam usados e mantidos em ranchos de caça para fins comerciais, mas é necessária uma permissão do governo, segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).

Animais podem ser abatidos legalmente tanto em caçadas para sobrevivência — quando a presa serve apenas como alimento —, quanto em caçadas esportivas

De acordo com uma lei de 1993, um inventário nacional do
patrimônio biológico da França é mantido e organizado para ajudar as autoridades a conservar o
habitat natural dos animais e a fauna do país.

O governo exige a cooperação de proprietários de terras e caçadores
em nível nacional para que sejam elaborados planos de gestão que determinem o
número de animais que podem ser abatidos e quais espécies devem ser
respeitadas.

Acima, pássaros do sul da França migram para a África

Em 2006, a China anunciou que iria leiloar licenças para estrangeiros
caçarem animais selvagens, inclusive espécies em risco de extinção no país. Entre
os animais que podem ser caçados estão lobos e yaks (uma espécie de
búfalo selvagem habitante de regiões tibetanas), em cinco Províncias do
oeste do país. O preço da licença depende do tipo e da quantidade de animais caçados.

A China possui leis apenas pra a proteção de animais em extinção ou que sejam importantes cientificamente ou para a economia do país. Além disso, a legislação prevê o monitoramento do impacto das caçadas para a fauna local.

Acima, investidores canadenses observam peles de foca em uma feira de Pequim

A lei da Albânia exige uma autorização para a criação e caça de animais silvestres, seja em terras públicas ou privadas. Existe também a obrigação dos criadores de fornecer 10% da produção anual de animais para o repovoamento de áreas florestais, sem direito a compensações financeiras

Entre os animais mais caçados no Reino Unidos estão: faisões, perdizes,
patos, coelhos, lebres, raposas e veados, de acordo com um famoso clube de caça
britânico, o Hunting UK.

As leis de proteção de espécies tendem a se concentrar, em muitos países, especialmente nos mamíferos. Esse também é o caso do Reino Unido, onde a preservação de peixes, insetos, anfíbios e répteis recebe pouca atenção, quando não se trata de animais ameaçados de extinção.

Na imagem acima, um peixe macho Mangarahara cichlid é fotografado em um zoológico de Londres, onde vivem dois dos últimos membros da espécie. Acredita-se que o peixe esteja extinto em seu ambiente selvagem de origem, em Madagascar

Em 1992, a Itália especificou quais métodos de caça seriam
permitidos no país. A lei ainda gera muita insatisfação nos caçadores locais,
que discutem possíveis ajustes para o texto.

O Instituto Nacional da Vida Selvagem italiano é um órgão
criado para cuidar da fauna italiana e verificar se as datas das caçadas em cada
região do país, que são estipuladas em lei, estão sendo respeitadas.

Acima, uma macaca mandril (Mandrillus sphinx) carrega seu filhote em um zoológico de Roma. A espécie está ameaçada de extinção pela destruição das áreas selvagens e por causa da caça

No mês de outubro, o governo peruano declarou que vai reforçar os controles e inspeções em portos de
todo o país, após receber denúncias de pesca ilegal e do massacre de 15
mil golfinhos em 2013.

A espécie é protegida por lei do país e sua pesca foi banida em 1996. Além dos golfinhos, os tubarões também são alvo da caça indiscriminada no país.

Segundo a ONG Mundo Azul, estima-se que no litoral peruano existam mais de
545 embarcações artesanais preparadas para realizar esse tipo de caça,
que saem no mínimo meia dúzia de vezes ao ano e matam até seis golfinhos
em cada incursão

A lei espanhola inclui princípios básicos para a gestão dos recursos naturais e da biodiversidade. A caça está sujeita a um plano técnico que visa à proteção das espécies.

Acima, caçadores que usam cachorros para abater suas presas aparecem em um protesto a favor das caçadas em 2008

A apresentadora de TV americana Melissa Bachman causou polêmica no último fim de semana ao postar uma foto sorridente ao lado de um leão morto por ela durante uma caçada na África do Sul. A atitude de Melissa despertou a ira de milhares de internautas em todo o mundo, mas a apresentadora não deve ser punida legalmente, já que a caçada de leões é permitida na África do Sul. Em outros países, no entanto, há leis que proíbem a caça de determinadas espécies, principalmente a das ameaçadas de extinção, e limitam a quantidade de animais que podem ser abatidos. Além disso, há legislações específicas para a época do ano em que a caçada é realizada, para minimizar o impacto dos abates no período de reprodução dos animais selvagens. Há ainda leis que determinam os locais onde é permitido caçar e os tipos de armas que podem ser utilizadas. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), legislações ambientais de todo o mundo se tornaram mais rígidas e efetivas nos últimos anos. No entanto, ainda há problemas, como a falta de fiscalização e as brechas na lei que precisam se resolvidos. A seguir, saiba quais são as regras em alguns países