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Camp Bucca: conheça o presídio comandado pelos EUA onde pode ter nascido o Estado Islâmico

Centro de extremismo no Iraque, a prisão abrigou, por anos, o líder do grupo radical

Internacional|Do R7

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Em março de 2009, centenas de famílias se alegraram com a libertação dos presos de Camp Bucca. O presídio, localizado no coração do Iraque, era o maior centro de detenção utilizado pelos Estados Unidos para isolar os principais líderes das redes consideradas terroristas. Porém, o que para muitos era um momento de paz, para o mundo pode ter significado o nascimento de um dos maiores e mais poderoso grupos radicais islâmicos. O líder do EI (Estado Islâmico) e proclamado califa, Abu Bakr al Baghdadi, foi um dos presos de Camp Bucca
Um dos funcionários de Camp Bucca, o chefe de polícia Saad Mahmoud Abbas disse ao jornal americano The Washington Post que acreditava que 90% dos jihadistas soltos retomariam seus postos na luta. — Eles não estavam simplesmente passeando [quando foram presos]. Este problema é tanto grande quanto perigoso.  Ele ainda lamentou que o governo do Iraque não tenha percebido que isso se tornaria um problema grande
Camp Bucca tinha, na época, cerca de 100 mil detentos, entre eles Abu Bakr al Baghdadi. Funcionários do presídio disseram, de acordo com o jornal inglês The Independent, que Camp Bucca era um cenário único para radicalização de prisioneiros. E para eles, o presídio colaborou para a formação da mais poderosa força jihadista atual. A instituição Soufan, que faz pesquisas sobre o terrorismo, afirma que nove membros do alto comando do EI estiveram em Camp Bucca
Al Baghdadi esteve por cinco anos na Camp Bucca, de acordo com o jornal The New York Times.  Para os pesquisadores, é pouco provável que eles tenham entrado na prisão com pensamentos extremistas, mas é certo que tenham deixado a Camp Bucca com ideais radicais. "As prisões se tornaram universidades terroristas. Os radicais endurecidos eram os professores, os detidos eram os alunos e as autoridades penitenciárias desempenharam o papel de guardiãs ausentes", diz Andrew Thompson, um veterano militar
Um ex-comandante de Camp Bucca, James Skylar, disse que naquele presídio havia constantes faíscas entre presos e guardas. — Muitos de nós, em Camp Bucca, estavam preocupados que, ao invés de segurarmos apenas detentos, segurávamos uma verdadeira panela de pressão. Era extremismo.  Skylar esteve à frente do presídio entre 2006 e 2007 
A prisão começou a se tornar insuportável em 2007, quando abrigava cerca de 24 mil homens. Eles foram divididos de acordo com sua orientação de fé, mas em pouco tempo passaram a resolver suas disputas de acordo com a lei islâmica.  De acordo com um relatório militar dos Estados Unidos, os extremistas mutilavam e até matavam seus companheiros por considerarem seu comportamento incompatível com o Islã
Um soldado entrevistado pelo relatório disse que dentro de Camp Bucca, a sharia, a lei islâmica, era a regra maior para os detentos. "Qualquer pessoa que tem um comportamento que é considerado como 'ocidental' é severamente punido pelos extremistas. Às vezes é muito terrível", disse ele
O instituto Soufan afirmou que dois grandes grupos se ajudavam em Camp Bucca. Os radicais islâmicos encontraram apoio nos membros do Partido Islâmico Baath.  Homens inteligentes se uniram aos extremistas para adotar estratégias ainda mais fortes e convincentes, de acordo com o Independent
Dentro do presídio, uma "escola Al Qaeda" foi a responsável pela educação do grupo radical EI.  Para o Washington Post, quando os prisioneiros foram soltos, em 2009, faltavam apenas duas coisas: converter o mundo ao radicalismo e se vingar dos Estados Unidos 

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Em março de 2009, centenas de famílias se alegraram com a libertação dos presos de Camp Bucca. O presídio, localizado no coração do Iraque, era o maior centro de detenção utilizado pelos Estados Unidos para isolar os principais líderes das redes consideradas terroristas. Porém, o que para muitos era um momento de paz, para o mundo pode ter significado o nascimento de um dos maiores e mais poderoso grupos radicais islâmicos. O líder do EI (Estado Islâmico) e proclamado califa, Abu Bakr al Baghdadi, foi um dos presos de Camp Bucca
Um dos funcionários de Camp Bucca, o chefe de polícia Saad Mahmoud Abbas disse ao jornal americano The Washington Post que acreditava que 90% dos jihadistas soltos retomariam seus postos na luta. — Eles não estavam simplesmente passeando [quando foram presos]. Este problema é tanto grande quanto perigoso.  Ele ainda lamentou que o governo do Iraque não tenha percebido que isso se tornaria um problema grande
Camp Bucca tinha, na época, cerca de 100 mil detentos, entre eles Abu Bakr al Baghdadi. Funcionários do presídio disseram, de acordo com o jornal inglês The Independent, que Camp Bucca era um cenário único para radicalização de prisioneiros. E para eles, o presídio colaborou para a formação da mais poderosa força jihadista atual. A instituição Soufan, que faz pesquisas sobre o terrorismo, afirma que nove membros do alto comando do EI estiveram em Camp Bucca
Al Baghdadi esteve por cinco anos na Camp Bucca, de acordo com o jornal The New York Times.  Para os pesquisadores, é pouco provável que eles tenham entrado na prisão com pensamentos extremistas, mas é certo que tenham deixado a Camp Bucca com ideais radicais. "As prisões se tornaram universidades terroristas. Os radicais endurecidos eram os professores, os detidos eram os alunos e as autoridades penitenciárias desempenharam o papel de guardiãs ausentes", diz Andrew Thompson, um veterano militar
Um ex-comandante de Camp Bucca, James Skylar, disse que naquele presídio havia constantes faíscas entre presos e guardas. — Muitos de nós, em Camp Bucca, estavam preocupados que, ao invés de segurarmos apenas detentos, segurávamos uma verdadeira panela de pressão. Era extremismo.  Skylar esteve à frente do presídio entre 2006 e 2007 
A prisão começou a se tornar insuportável em 2007, quando abrigava cerca de 24 mil homens. Eles foram divididos de acordo com sua orientação de fé, mas em pouco tempo passaram a resolver suas disputas de acordo com a lei islâmica.  De acordo com um relatório militar dos Estados Unidos, os extremistas mutilavam e até matavam seus companheiros por considerarem seu comportamento incompatível com o Islã
Um soldado entrevistado pelo relatório disse que dentro de Camp Bucca, a sharia, a lei islâmica, era a regra maior para os detentos. "Qualquer pessoa que tem um comportamento que é considerado como 'ocidental' é severamente punido pelos extremistas. Às vezes é muito terrível", disse ele
O instituto Soufan afirmou que dois grandes grupos se ajudavam em Camp Bucca. Os radicais islâmicos encontraram apoio nos membros do Partido Islâmico Baath.  Homens inteligentes se uniram aos extremistas para adotar estratégias ainda mais fortes e convincentes, de acordo com o Independent
Dentro do presídio, uma "escola Al Qaeda" foi a responsável pela educação do grupo radical EI.  Para o Washington Post, quando os prisioneiros foram soltos, em 2009, faltavam apenas duas coisas: converter o mundo ao radicalismo e se vingar dos Estados Unidos 

Em março de 2009, centenas de famílias se alegraram com a libertação dos presos de Camp Bucca. O presídio, localizado no coração do Iraque, era o maior centro de detenção utilizado pelos Estados Unidos para isolar os principais líderes das redes consideradas terroristas. Porém, o que para muitos era um momento de paz, para o mundo pode ter significado o nascimento de um dos maiores e mais poderoso grupos radicais islâmicos. O líder do EI (Estado Islâmico) e proclamado califa, Abu Bakr al Baghdadi, foi um dos presos de Camp Bucca

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