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Crime contra a humanidade: sobrevivente relata tortura dentro das prisões na Coreia do Norte

Depoimento de ex-preso cria um relatório da ONU que compara as práticas do país à era nazista

Internacional|Do R7

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A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou na segunda-feira (17) um relatório que mostra com detalhes as torturas praticadas dentro das prisões na Coreia do Norte. O documento surgiu a partir do depoimento de um ex-preso e os atos foram desenhados para melhor compreensão do público.  O presidente da Comissão de Inquérito da ONU, Michael Kirby, disse que espera que as descobertas de seu grupo estimulem uma ação por parte da comunidade internacional. Defendeu que os erros apresentados não são ocasionais, mas sim, males contra a humanidade
Kim Kwang-II, 48, é um dos sobreviventes da prisão norte-coreana. Ele passou cerca de três anos no local e foi acusado por contrabandear nozes para outros países.  Em depoimento, Kim contou que os presos eram submetidos a torturas físicas e psicológicas e que viviam em condições desumanas. Fome, doenças e superlotação eram coisas comuns na cadeia  
Kwang disse que o primeiro método de tortura pelo qual todos os presos passam é ser amarrado com os braços nas costas e ficar com o joelho dobrado.  Ele contou que os guardas colocavam um copo no chão e que repetiam que os presos só seriam liberados desse castigo quando o copo estivesse cheio de suor
Outro método utilizado era o que chamam de motocicleta ou avião. Neste, os presos tinham que imitar os movimentos desses meios de transporte.  Ele contou que as torturas se intensificavam se os presos tivessem um mau comportamento ou se não respondessem às perguntas dos guardas
Alguns presos apanhavam e eram colocados em cubículos escuros, conhecidos como solitária. Ele disse que enquanto a pessoa estivesse na solitária não comia nada. Segundo Kwang, as celas que comportavam 14 presos tinham cerca de 70 pessoas amontoadas. Eles se revezavam para deitar para dormir e muitos abusavam sexualmente dos outros
Kwang disse que a fome era constante no local e que os prisioneiros comiam cobras e ratos. Durante seu depoimento, ele disse que isso pode parecer ruim, mas que eles corriam para encontrar um animal que pudessem comer
"Bomba" era o nome de um tipo de tortura na qual os presos que estavam sentados tinham que se levantar rapidamente. Kwang diz que os movimentos eram repetidos mais de cem vezes, mas que por causa da condição física, eles não conseguiam obedecer os guardas, o que causava mais tortura
Neste desenho, Kwang explicou o tamanho das jaulas individuais. Elas tinham 100 centímetros de largura e 120 centímetros de comprimento. Eles não conseguiam esticar as pernas, mas ficavam com restos de comida nas mãos para atrair ratos e outros animais. Quem conseguisse pegar um, podia comer o bicho
Os presos que morriam dentro da prisão eram devorados por ratos em um lugar próximo de onde ficavam os outros presos. Kwang disse que os guardas usavam isso como tortura psicológica
Os próprios prisioneiros também eram responsáveis por transportar os mortos para um crematório

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A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou na segunda-feira (17) um relatório que mostra com detalhes as torturas praticadas dentro das prisões na Coreia do Norte. O documento surgiu a partir do depoimento de um ex-preso e os atos foram desenhados para melhor compreensão do público.  O presidente da Comissão de Inquérito da ONU, Michael Kirby, disse que espera que as descobertas de seu grupo estimulem uma ação por parte da comunidade internacional. Defendeu que os erros apresentados não são ocasionais, mas sim, males contra a humanidade
Kim Kwang-II, 48, é um dos sobreviventes da prisão norte-coreana. Ele passou cerca de três anos no local e foi acusado por contrabandear nozes para outros países.  Em depoimento, Kim contou que os presos eram submetidos a torturas físicas e psicológicas e que viviam em condições desumanas. Fome, doenças e superlotação eram coisas comuns na cadeia  
Kwang disse que o primeiro método de tortura pelo qual todos os presos passam é ser amarrado com os braços nas costas e ficar com o joelho dobrado.  Ele contou que os guardas colocavam um copo no chão e que repetiam que os presos só seriam liberados desse castigo quando o copo estivesse cheio de suor
Outro método utilizado era o que chamam de motocicleta ou avião. Neste, os presos tinham que imitar os movimentos desses meios de transporte.  Ele contou que as torturas se intensificavam se os presos tivessem um mau comportamento ou se não respondessem às perguntas dos guardas
Alguns presos apanhavam e eram colocados em cubículos escuros, conhecidos como solitária. Ele disse que enquanto a pessoa estivesse na solitária não comia nada. Segundo Kwang, as celas que comportavam 14 presos tinham cerca de 70 pessoas amontoadas. Eles se revezavam para deitar para dormir e muitos abusavam sexualmente dos outros
Kwang disse que a fome era constante no local e que os prisioneiros comiam cobras e ratos. Durante seu depoimento, ele disse que isso pode parecer ruim, mas que eles corriam para encontrar um animal que pudessem comer
"Bomba" era o nome de um tipo de tortura na qual os presos que estavam sentados tinham que se levantar rapidamente. Kwang diz que os movimentos eram repetidos mais de cem vezes, mas que por causa da condição física, eles não conseguiam obedecer os guardas, o que causava mais tortura
Neste desenho, Kwang explicou o tamanho das jaulas individuais. Elas tinham 100 centímetros de largura e 120 centímetros de comprimento. Eles não conseguiam esticar as pernas, mas ficavam com restos de comida nas mãos para atrair ratos e outros animais. Quem conseguisse pegar um, podia comer o bicho
Os presos que morriam dentro da prisão eram devorados por ratos em um lugar próximo de onde ficavam os outros presos. Kwang disse que os guardas usavam isso como tortura psicológica
Os próprios prisioneiros também eram responsáveis por transportar os mortos para um crematório

A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou na segunda-feira (17) um relatório que mostra com detalhes as torturas praticadas dentro das prisões na Coreia do Norte. O documento surgiu a partir do depoimento de um ex-preso e os atos foram desenhados para melhor compreensão do público.  O presidente da Comissão de Inquérito da ONU, Michael Kirby, disse que espera que as descobertas de seu grupo estimulem uma ação por parte da comunidade internacional. Defendeu que os erros apresentados não são ocasionais, mas sim, males contra a humanidade

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