ONU estima que 125 milhões de mulheres foram vítimas de mutilação genital em todo o mundo

Encontro da Unicef discutirá formas de erradicar a prática dolorosa nesta terça-feira

Internacional|Do R7

22/07/2014 - 00h20 (Atualizado em 20/04/2024 - 08h05)

A Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e o governo
do Reino Unido se reunirão nesta terça-feira (22) para discutir formas de
combater dois dos maiores problemas que afligem meninas e jovens em todo o
mundo: a mutilação genital e o casamento infantil.

Dados alarmantes das Nações Unidas estimam que 125 milhões
de mulheres e meninas foram vítimas de mutilação em 29 países da África e do
Oriente Médio e que, na próxima década, mais 30 milhões passarão pelo doloroso
e traumático processo.

A seguir, saiba mais sobre esse tipo de violência contra a mulher, que é considerado pela ONU uma violação aos direitos
humanos

Mas também há milhares de casos de mutilação entre as populações de
imigrantes que vivem na Europa ocidental, América do Norte, Austrália e Nova
Zelândia, segundo informações da ONU (Organização das Nações Unidas)

Historicamente, a prática predomina nas regiões oeste, leste e nordeste da África e em alguns países na Ásia e do Oriente Médio. Mas ela também acontece em certas comunidades imigrantes na América do Norte e na Europa.
Números divulgados pela ONU em 2013 apontavam uma queda de
32% nos casos de mutilação vaginal nos últimos 30 anos.

Isso
mostra que as novas gerações são menos vulneráveis a essa prática.

Acima, meninas recebem informações do Unicef sobre a prática em uma escola da Somália

Em 29 países da África e do Oriente Médio, onde se concentra
a mutilação genital feminina, 35% das meninas entre 15 e 19 anos foram
mutiladas, em média.

Já
entre as mulheres de 45 a 49 anos, esse número chega a 53%

Por outro lado, organizações
internacionais e governos lutam para mostrar que a prática não traz benefícios
reais às mulheres ou a suas famílias

Ainda assim, por se tratar de uma tradição em muitas culturas, o
processo para acabar com a mutilação genital encontra diversas barreiras, entre
elas, o apoio das próprias mulheres

As mulheres são, na grande maioria dos casos, as
responsáveis pelos preparativos da cerimônia em que a mutilação é realizada, como na imagem acima

Além disso, as meninas ainda podem ser
submetidas a perfurações e cauterizações

Entre as razões para a mutilação genital estão o controle do desejo sexual feminino, o que ajudaria a prevenir o adultério e outras práticas consideradas imorais, e a crença de que a mutilação preservaria a virgindade e a "pureza" da mulher.

A prática tornou-se uma parte importante da identidade cultural de meninas e mulheres, e pode transmitir um sentido de orgulho, de maturidade e de integração na comunidade. Além disso, as mulheres mutiladas teriam maior possibilidade de conseguir um bom casamento

Acima, a embaixadora da ONU e símbolo da luta contra a mutilação, Waris Dirie, que sofreu mutilações quando tinha apenas três anos de idade. Ela fugiu da Somália e se
tornou uma modelo famosa no mundo inteiro

A Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e o governo do Reino Unido se reunirão nesta terça-feira (22) para discutir formas de combater dois dos maiores problemas que afligem meninas e jovens em todo o mundo: a mutilação genital e o casamento infantil. Dados alarmantes das Nações Unidas estimam que 125 milhões de mulheres e meninas foram vítimas de mutilação em 29 países da África e do Oriente Médio e que, na próxima década, mais 30 milhões passarão pelo doloroso e traumático processo. A seguir, saiba mais sobre esse tipo de violência contra a mulher, que é considerado pela ONU uma violação aos direitos humanos

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