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Vale da morte: calor intenso e milícias armadas tornam região texana a mais perigosa para imigrantes

Região possui diversas valas com corpos de pessoas que tentaram entrar ilegalmente nos EUA

Internacional|Do R7

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Rio Grande é uma pequena cidade fronteiriça do Texas, com pouco mais de 15 mil habitantes. O município é considerado o mais quente dos Estados Unidos, com temperaturas recordistas de 42 °C, que se somam a uma seca severa que já dura mais de seis anos. Esse detalhe torna o lugar dos piores destinos para imigrantes nos Estados Unidos, principalmente vindos do México. O calor intenso se soma a uma população hostil à imigrantes, o que valeu à cidade o apelido nada lisonjeiro de "O verdadeiro Vale da Morte"
A cidade foi tema de um documentário do canal Weather Channel, que registrou casos brutais de imigrantes que morreram como indigentes, os efeitos do calor e o descaso de autoridades para evitar a perda de vidas
O foco da reportagem são os grupos de salvadorenhos que lutam para entrar no país, geralmente fugindo de guerras de gangues e recessões econômicas. Os imigrantes são alvos fáceis de coiotes que extorquem os imigrantes e geralmente os colocam para caminhar por 65 km no calor escaldante da região semidesértica
Para entrar ilegalmente nos Estados Unidos pela cidade, o imigrante precisa evitar dois postos de fronteira e para isso é necessário dar uma volta imensa no deserto, de dezenas de quilômetros
Para tentarem vencer essas barreiras, os ilegais se organizam em grupos de até 20 pessoas e levam um pouco de água e comida para sobreviver às altas temperaturas
Além do calor e da falta de água no ambiente seco, os imigrantes precisam enfrentar cobras e víboras venenosas, somadas ao descaso do atendimento de emergência. O canal conseguiu áudios que mostram como os serviços de atendimento aos imigrantes locais são ineficientes e demoram para atender, mesmo casos de urgência
O resultado são muitas mortes, a maioria sequer oficializadas. Muitos dos imigrantes são enterrados como indigentes em valas comuns e covas coletivas, e nunca são identificados
O máximo que ocorre é uma fotografia dos restos mortais do imigrante, quando eles são localizados, que ficam disponíveis em arquivos públicos
Oralia Morales, integrante do conselho de juízo da região, afirmou que um corpo é localizado pelos policiais a cada dois dias
Segundo fazendeiros locais, em entrevista a revista Newsweek, os carcarás - gaviões que vivem principalmente em regiões áridas - tornam o sofrimento dos imigrantes ainda mais intenso, já que comem os olhos deles enquanto os ilegais agonizam. "Provavelmente enquanto os imigrantes ainda estão vivos", acrescenta
Além de policiais e guardas de fronteira, os imigrantes enfrentam ainda a ação de milícias ilegais de caça a imigrantes, cada vez mais comuns no sul do país
Em contrapartida, na região de Rio Grande e do condado vizinho, Brooks, um grupo de aposentados se uniu para tentar evitar mais mortes, e formou o Texas Border Rescue (Resgate na Fronteira do Texas), que procura salvar o máximo de vidas possível entre os imigrantes, mesmo que não compactuem com a entrada de ilegais no país
Ao final do documentário, a equipe do canal percorreu parte do caminho enfrentado pelos imigrantes diariamente. Durante o trajeto, encontraram três salvadorenhos que já bebiam a própria urina por não terem mais água
A reportagem foi uma co-produção do Weather Channel, do canal Telemundo e do Investigation Found

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Rio Grande é uma pequena cidade fronteiriça do Texas, com pouco mais de 15 mil habitantes. O município é considerado o mais quente dos Estados Unidos, com temperaturas recordistas de 42 °C, que se somam a uma seca severa que já dura mais de seis anos. Esse detalhe torna o lugar dos piores destinos para imigrantes nos Estados Unidos, principalmente vindos do México. O calor intenso se soma a uma população hostil à imigrantes, o que valeu à cidade o apelido nada lisonjeiro de "O verdadeiro Vale da Morte"
A cidade foi tema de um documentário do canal Weather Channel, que registrou casos brutais de imigrantes que morreram como indigentes, os efeitos do calor e o descaso de autoridades para evitar a perda de vidas
O foco da reportagem são os grupos de salvadorenhos que lutam para entrar no país, geralmente fugindo de guerras de gangues e recessões econômicas. Os imigrantes são alvos fáceis de coiotes que extorquem os imigrantes e geralmente os colocam para caminhar por 65 km no calor escaldante da região semidesértica
Para entrar ilegalmente nos Estados Unidos pela cidade, o imigrante precisa evitar dois postos de fronteira e para isso é necessário dar uma volta imensa no deserto, de dezenas de quilômetros
Para tentarem vencer essas barreiras, os ilegais se organizam em grupos de até 20 pessoas e levam um pouco de água e comida para sobreviver às altas temperaturas
Além do calor e da falta de água no ambiente seco, os imigrantes precisam enfrentar cobras e víboras venenosas, somadas ao descaso do atendimento de emergência. O canal conseguiu áudios que mostram como os serviços de atendimento aos imigrantes locais são ineficientes e demoram para atender, mesmo casos de urgência
O resultado são muitas mortes, a maioria sequer oficializadas. Muitos dos imigrantes são enterrados como indigentes em valas comuns e covas coletivas, e nunca são identificados
O máximo que ocorre é uma fotografia dos restos mortais do imigrante, quando eles são localizados, que ficam disponíveis em arquivos públicos
Oralia Morales, integrante do conselho de juízo da região, afirmou que um corpo é localizado pelos policiais a cada dois dias
Segundo fazendeiros locais, em entrevista a revista Newsweek, os carcarás - gaviões que vivem principalmente em regiões áridas - tornam o sofrimento dos imigrantes ainda mais intenso, já que comem os olhos deles enquanto os ilegais agonizam. "Provavelmente enquanto os imigrantes ainda estão vivos", acrescenta
Além de policiais e guardas de fronteira, os imigrantes enfrentam ainda a ação de milícias ilegais de caça a imigrantes, cada vez mais comuns no sul do país
Em contrapartida, na região de Rio Grande e do condado vizinho, Brooks, um grupo de aposentados se uniu para tentar evitar mais mortes, e formou o Texas Border Rescue (Resgate na Fronteira do Texas), que procura salvar o máximo de vidas possível entre os imigrantes, mesmo que não compactuem com a entrada de ilegais no país
Ao final do documentário, a equipe do canal percorreu parte do caminho enfrentado pelos imigrantes diariamente. Durante o trajeto, encontraram três salvadorenhos que já bebiam a própria urina por não terem mais água
A reportagem foi uma co-produção do Weather Channel, do canal Telemundo e do Investigation Found

Rio Grande é uma pequena cidade fronteiriça do Texas, com pouco mais de 15 mil habitantes. O município é considerado o mais quente dos Estados Unidos, com temperaturas recordistas de 42 °C, que se somam a uma seca severa que já dura mais de seis anos. Esse detalhe torna o lugar dos piores destinos para imigrantes nos Estados Unidos, principalmente vindos do México. O calor intenso se soma a uma população hostil à imigrantes, o que valeu à cidade o apelido nada lisonjeiro de "O verdadeiro Vale da Morte"

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