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Vítimas de discriminação e falhas no sistema, milhões de pessoas pelo mundo não têm cidadania

Campanha da Acnur busca mudar para melhor a vida dessas pessoas

Internacional|Do R7

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A Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados) lançou uma campanha mundial nesta terça-feira (3) para trazer esperança para os mais de 10 milhões de pessoas que são apátridas. Isso significa que elas não possuem nenhuma nacionalidade, que não são protegidas por nenhum país e, assim, não têm acesso aos direitos humanos básicos. Em dez anos, a Acnur pretende erradicar o número, e conta com o auxílio dos governos e da população.  No campo de Mohammadpur, em Dacca, algumas crianças só podem ter acesso à educação primária. Isso acontece porque são cidadãs de Bangladesh, mas falam urdu. A exclusão social torna-as apátridas e compromete a educação  
Essa mãe veio do Quirguistão para o Tadjiquistão, mas também não possui cidadania. Com dois filhos, também sem nenhum documento, ela não recebe a assistência social do governo, apesar de muito precisar.  De acordo com a Acnur, as crianças são privadas não só de ter uma cidadania, mas em muitos casos, até mesmo do registro de nascimento. No relatório divulgado hoje, a organização afirma que as crianças representam um terço dos apátridas 
Enquanto a maioria dos ciganos da Europa possui nacionalidade registrada, a família Zahirovic permanece distante dos documentos oficiais. Em um pequeno quarto em Vrtni Put, na Croácia, elas não têm acesso à água corrente, eletricidade ou qualquer tipo de saneamento básico.  A única fonte de renda da família é a coleta de sucatas 
O impacto dessa situação é enorme e pode prejudicar comunidades inteiras.  Um homem vindo da Coreia do Sul para viver um romance com uma mulher ucraniana está no país há mais de uma década sem poder registrar sua união, já que não possui documentos oficiais. Para os casais que têm filhos, a situação é ainda mais complicada
Os Galjeel, um grupo de 3.500 a 4.000 pessoas, são um subclã com origens somalis que moram no norte do Quênia desde o final da década de 1930. A maioria das crianças Galjeel não vai à escola.  Em alguns casos, as que conseguem uma escola, precisam enfrentar um longo caminho até o local e por, muitas vezes, são perseguidas por tribos locais. Os apátridas são discriminados por causa da condição na qual vivem 
Nusret, de 49 anos, é um apátrida que vive em Montenegro.  "Eu posso me locomover pela cidade onde pessoas me conhecem, mas não posso ir a outros lugares sem documentos. Não posso visitar minha mãe em Kosovo", lamenta. Com a falta de documentos, os apátridas não possuem o direito básico de ir e vir 
Segundo o relatório, entre 2004 e 2014, 12 países tomaram medidas para eliminar a discriminação de gênero a partir de uma revisão das leis sobre nacionalidade.  Outro homem da Burkina Faso foi para a Costa do Marfim para trabalhar na coleta do cacau. De acordo com a ONU, 700 mil apátridas no país é descendente de imigrantes, que seguem sem identidade nacional. Em 2013, o governo da Costa do Marfim fez reformas importantes na lei, e agora, muitos cidadãos apátridas ganharam a nacionalidade marfinense 
De acordo com a Acnur, o problema pode ser resolvido com o engajamento dos governos e a ação social. Entre 2003 e 2013, mais de 4 milhões de pessoas apátridas adquiriram uma nacionalidade ou tiveram sua nacionalidade reconhecida.  Mohamed, de 17 anos, hoje mora na Costa do Marfim, mas veio de Burkina Faso. Seus pais, de uma tribo em seu país de origem,  não o registraram enquanto bebê, e até hoje ele não conseguiu seus documentos.  "Quando tentei viajar à cidades vizinhas para vender minha colheita, policiais e militares me pararam e me obrigaram a pagar cerca de R$ 50 (10 mil francos do oeste africano), que é a metade do meu salário anual", revela Mohamed
As crianças de Telipok, na Malásia, não conseguem obter uma nacionalidade. Algumas não possuem nenhum documento e nenhum tipo de acesso à educação.   Dessa forma, o ciclo de apátridas ganha mais força 
Valentina é a única apátrida de sua família. Ela e o marido deixaram a Bielorrússia e foram para a Letônia em 1983, na época da União Soviética. Eles tiveram quatro filhos e netos, todos cidadãos da Letônia. Para obter a nacionalidade, ela precisa fazer um teste de idioma, mas tem medo de não conseguir passar.  "Eu sou uma cidadã do nada", lamenta 
A campanha da Acnur pela erradicação da apatridia nos próximos dez anos quer intensificar os esforços que já são feitos.  A pequena Malak (foto) é uma curda faili, cuja família saiu do Iraque e se estabeleceu no Irã, em 1980, depois que Saddam Hussein retirou a nacionalidade de toda a sua comunidade.  Em 2003, com a queda de Saddam, reformas transformaram as leis e os curdos faili conseguiram readquirir suas nacionalidades

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A Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados) lançou uma campanha mundial nesta terça-feira (3) para trazer esperança para os mais de 10 milhões de pessoas que são apátridas. Isso significa que elas não possuem nenhuma nacionalidade, que não são protegidas por nenhum país e, assim, não têm acesso aos direitos humanos básicos. Em dez anos, a Acnur pretende erradicar o número, e conta com o auxílio dos governos e da população.  No campo de Mohammadpur, em Dacca, algumas crianças só podem ter acesso à educação primária. Isso acontece porque são cidadãs de Bangladesh, mas falam urdu. A exclusão social torna-as apátridas e compromete a educação  
Essa mãe veio do Quirguistão para o Tadjiquistão, mas também não possui cidadania. Com dois filhos, também sem nenhum documento, ela não recebe a assistência social do governo, apesar de muito precisar.  De acordo com a Acnur, as crianças são privadas não só de ter uma cidadania, mas em muitos casos, até mesmo do registro de nascimento. No relatório divulgado hoje, a organização afirma que as crianças representam um terço dos apátridas 
Enquanto a maioria dos ciganos da Europa possui nacionalidade registrada, a família Zahirovic permanece distante dos documentos oficiais. Em um pequeno quarto em Vrtni Put, na Croácia, elas não têm acesso à água corrente, eletricidade ou qualquer tipo de saneamento básico.  A única fonte de renda da família é a coleta de sucatas 
O impacto dessa situação é enorme e pode prejudicar comunidades inteiras.  Um homem vindo da Coreia do Sul para viver um romance com uma mulher ucraniana está no país há mais de uma década sem poder registrar sua união, já que não possui documentos oficiais. Para os casais que têm filhos, a situação é ainda mais complicada
Os Galjeel, um grupo de 3.500 a 4.000 pessoas, são um subclã com origens somalis que moram no norte do Quênia desde o final da década de 1930. A maioria das crianças Galjeel não vai à escola.  Em alguns casos, as que conseguem uma escola, precisam enfrentar um longo caminho até o local e por, muitas vezes, são perseguidas por tribos locais. Os apátridas são discriminados por causa da condição na qual vivem 
Nusret, de 49 anos, é um apátrida que vive em Montenegro.  "Eu posso me locomover pela cidade onde pessoas me conhecem, mas não posso ir a outros lugares sem documentos. Não posso visitar minha mãe em Kosovo", lamenta. Com a falta de documentos, os apátridas não possuem o direito básico de ir e vir 
Segundo o relatório, entre 2004 e 2014, 12 países tomaram medidas para eliminar a discriminação de gênero a partir de uma revisão das leis sobre nacionalidade.  Outro homem da Burkina Faso foi para a Costa do Marfim para trabalhar na coleta do cacau. De acordo com a ONU, 700 mil apátridas no país é descendente de imigrantes, que seguem sem identidade nacional. Em 2013, o governo da Costa do Marfim fez reformas importantes na lei, e agora, muitos cidadãos apátridas ganharam a nacionalidade marfinense 
De acordo com a Acnur, o problema pode ser resolvido com o engajamento dos governos e a ação social. Entre 2003 e 2013, mais de 4 milhões de pessoas apátridas adquiriram uma nacionalidade ou tiveram sua nacionalidade reconhecida.  Mohamed, de 17 anos, hoje mora na Costa do Marfim, mas veio de Burkina Faso. Seus pais, de uma tribo em seu país de origem,  não o registraram enquanto bebê, e até hoje ele não conseguiu seus documentos.  "Quando tentei viajar à cidades vizinhas para vender minha colheita, policiais e militares me pararam e me obrigaram a pagar cerca de R$ 50 (10 mil francos do oeste africano), que é a metade do meu salário anual", revela Mohamed
As crianças de Telipok, na Malásia, não conseguem obter uma nacionalidade. Algumas não possuem nenhum documento e nenhum tipo de acesso à educação.   Dessa forma, o ciclo de apátridas ganha mais força 
Valentina é a única apátrida de sua família. Ela e o marido deixaram a Bielorrússia e foram para a Letônia em 1983, na época da União Soviética. Eles tiveram quatro filhos e netos, todos cidadãos da Letônia. Para obter a nacionalidade, ela precisa fazer um teste de idioma, mas tem medo de não conseguir passar.  "Eu sou uma cidadã do nada", lamenta 
A campanha da Acnur pela erradicação da apatridia nos próximos dez anos quer intensificar os esforços que já são feitos.  A pequena Malak (foto) é uma curda faili, cuja família saiu do Iraque e se estabeleceu no Irã, em 1980, depois que Saddam Hussein retirou a nacionalidade de toda a sua comunidade.  Em 2003, com a queda de Saddam, reformas transformaram as leis e os curdos faili conseguiram readquirir suas nacionalidades

A Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados) lançou uma campanha mundial nesta terça-feira (3) para trazer esperança para os mais de 10 milhões de pessoas que são apátridas. Isso significa que elas não possuem nenhuma nacionalidade, que não são protegidas por nenhum país e, assim, não têm acesso aos direitos humanos básicos. Em dez anos, a Acnur pretende erradicar o número, e conta com o auxílio dos governos e da população.  No campo de Mohammadpur, em Dacca, algumas crianças só podem ter acesso à educação primária. Isso acontece porque são cidadãs de Bangladesh, mas falam urdu. A exclusão social torna-as apátridas e compromete a educação  

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