O presidente da França, François Hollande, receberá na segunda-feira (6) à tarde a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, para avaliar as consequências do referendo grego, anunciou o Palácio do Eliseu neste domingo, poucos minutos após o fechamento dos colégios eleitorais na Grécia.
Em comunicado, a presidência francesa assinalou que a reunião, que será seguida por um jantar de trabalho, faz parte da "cooperação permanente entre França e Alemanha para contribuir para uma solução duradoura na Grécia".
A reunião de amanhã manifesta a vontade dos dois países de adotar uma posição comum, depois de esta semana terem sido colocadas em evidência as diferenças de estratégia em relação à Grécia após a convocação do referendo.
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O ministro de Economia da França, Emmanuel Macron, tinha sublinhado horas antes, quando os gregos ainda estavam votando, que mesmo caso o "não" ganhe o referendo, amanhã precisarão voltar a discutir um acordo com Atenas para impedir a saída da Grécia do euro.
Macron disse que nessa negociação o objetivo será "encontrar um compromisso para a Grécia baseado nas reformas, em uma dívida sustentável, em uma evolução da situação financeira — para o qual nós também teremos que fazer esforços, em um acompanhamento administrativo, político".
O ministro francês insistiu que "é evidente que a resposta a um 'não' grego não pode ser uma saída automática do euro, e que a França trabalhará na construção de um compromisso". Uma pesquisa divulgada hoje mostrou que 57% dos franceses querem que a Grécia permaneça na zona do euro, o mesmo percentual de há um mês, segundo uma pesquisa realizada pelo instituto BVA e publicada hoje pelo iTélé e pelo Orange.
Os mais favoráveis à permanência da Grécia na zona do euro são os eleitores de partidos de esquerda (75%) e das formações centristas, Modem (71%) e a UDI (64%).
Quanto aos simpatizantes dos Republicanos, o partido conservador do ex-presidente Nicolas Sarkozy, a maioria é muito menos contundente: 50% contra e 47% a favor da saída da Grécia da zona do euro. Sarkozy carregou ontem contra a estratégia de Hollande sobre a Grécia porque para ele não se podem buscar compromissos "com qualquer, e não qualquer compromisso". A
lém disso, o ex-presidente francês insistiu que "Tsipras se colocou em uma situação impossível. Se o povo grego disser 'sim' ao plano proposto pela Europa, é obrigado a sair. Se os gregos disserem 'não', Tsipras não pode negociar, porque isso equivaleria a negociar com seus sócios europeus com um mandato ainda mais duro do que o de antes do referendo".
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