O ministro da Defesa do Irã, Hussein Dehgan, fechou nesta quinta-feira (16) o acordo para o fornecimento dos sistemas de mísseis antiaéreos russos S-300, uma iniciativa criticada por Estados Unidos e Israel.
"Esse assunto está resolvido. Fechamos um acordo e já estamos discutindo os prazos de envio", afirmou Dehgan, que está em Moscou, ao lembrar que a compra foi acertada há seis anos pelo Irã e suspensa em 2010 após sanções impostas pela ONU.
"Esperamos que o contrato seja colocado em prática", disse o ministro iraniano, acrescentando que o documento será atualizado para levar em consideração as novas circunstâncias do acordo.
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Dehgan antecipou ontem a intenção de assinar um novo contrato durante a visita a Moscou para que a República Islâmica receba, ainda neste ano, o sistema antimísseis. A decisão de suspender o embargo à compra foi tomada pelo presidente russo, Vladimir Putin, na última segunda-feira (13).
Especialistas avaliam que Rússia e Irã terão que firmar um novo acordo já que os modelos do S-300 PMU 1, que seriam enviados por Moscou a Teerã, não são mais fabricados. Segundo informações reveladas pela imprensa em 2013, às vésperas de uma reunião entre Putin e o presidente do Irã, Hassan Rohani, a Rússia fornecerá ao Irã cinco baterias do S-300 VM "Antey-2500", uma variante modificada para a exportação do sistema de defesa aéreo.
O Kremlin afirmou nesta semana que este é um assunto bilateral que não tem nada a ver com as sanções da ONU, já que o embargo imposto pelo Kremlin ao fornecimento do mecanismo antimíssil foi voluntário.
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Dehgan, que discursará hoje na VI Conferência de Segurança Internacional realizada em Moscou, se reunirá com o ministro de Defesa da Rússia, Sergei Shoigu. Ambos abordarão os termos do acordo de cooperação militar assinado durante a visita de Shoigu a Teerã em janeiro deste ano.
Perante a "inquietação" expressada pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, sobre a possibilidade do rearmamento iraniano após a assinatura de um acordo nuclear em junho, Putin afirmou ontem que os S-300 não são uma ameaça à segurança do país.
De acordo com especialistas, os S-300, similares ao sistema Patriot dos EUA, permitirão ao Irã fazer frente a uma possível invasão ou ataque aéreo em massa israelense ou americano.