A polícia indiana divulgou o retrato falado dos cinco suspeitos de participar do estupro coletivo de uma fotojornalista na cidade de Mumbai, e anunciou que um deles já está preso. De acordo com o comissário de polícia, Satyapal Singh, vinte equipes policiais estão perseguindo nesta sexta-feira (23) os outros quatro homens, que já foram identificados.
"A polícia de Mumbai fará o seu melhor para coletar todas as evidências, provas cabais, evidências científicas, para que um caso à prova de falhas seja levado ao tribunal, e que eles recebam pena máxima", disse Singh. "Também vamos solicitar ao governo que este caso seja levado a uma corte rápida."
A jovem de 23 anos foi internada em um hospital de Mumbai em consequência de múltiplas lesões internas, um caso muito similar ao ocorrido no fim de 2012 e que provocou comoção na Índia. O crime aconteceu na quinta-feira (22) pouco antes do pôr do sol, em uma área isolada de um bairro de luxo de Mumbai.
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Cinco homens atacaram a jovem, que fazia fotos de edifícios antigos para uma revista, ao lado de um colega de trabalho. Os dois foram separados pelos agressores e o colega da fotojornalista foi amarrado com um cinto enquanto ela era agredida, disse Singh.
A vítima está em condição estável, disse um funcionário do hospital à Reuters por email.
O crime provocou protestos e um clamor nas redes sociais, com muitos usuários chocados que tenha acontecido em Mumbai, considerada a cidade mais segura da Índia para as mulheres.
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No Senado, parlamentares da oposição acusaram o governo de não fazer o suficiente para proteger as mulheres, apesar das duras leis de combate ao crimes sexuais promulgadas neste ano.
A segurança das mulheres na Índia tem sido o centro das atenções neste ano, após o brutal estupro coletivo em dezembro de uma estudante de 23 anos dentro de um ônibus, em Nova Déli, o que levou milhares de indianos a ir às ruas em protesto. A mulher morreu duas semanas depois, em consequência dos ferimentos, em um hospital de Cingapura.
Após o clamor público sobre o ataque em Nova Déli, a Índia introduziu em março leis mais duras contra estupro, que incluem a pena de morte para os reincidentes e para aqueles cujas vítimas forem deixadas em um "estado vegetativo".