Presidente sírio aparece rezando, enquanto Homs é atacada
Na quarta-feira (23), 109 pessoas foram mortas na Síria
Internacional|Do R7
O presidente sírio Bashar al Assad apareceu nesta quinta-feira (24) na televisão estatal participando de uma cerimônia religiosa, enquanto suas tropas atacavam pelo quinto dia consecutivo a cidade de Homs, a "capital da revolução" contra seu regime.
Após quase dois anos de conflito, a França e o Irã, de opiniões diametralmente opostas, reconheceram que a situação na Síria não tem evoluído e que nenhuma solução para o conflito parece próxima.
Enquanto os muçulmanos comemoram o nascimento do profeta Maomé, alguns bairros controlados pelos rebeldes em Homs (centro) são destruídos pelos bombardeios do regime, segundo o OSDH (Observatório Sírio dos Direitos Humanos), que contabilizou 73 mortes desde domingo (18) apenas nesta cidade estratégica.
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Homs voltou a ser o centro dos combates no domingo. Ativistas relataram a chegada de um grande contingente de soldados.
A parte oeste da terceira maior cidade da Síria é um ponto central na linha de demarcação entre regime e rebeldes, que se concentram em extensas zonas do leste e norte do país.
Durante a noite, seis rebeldes foram mortos em violentos combates contra as tropas regulares no oeste da cidade, segundo o OSDH, que indicou a morte de 31 soldados, 16 rebeldes e 26 civis desde domingo.
Denunciado o cerco realizado pelo Exército há mais de seis meses em vários bairros e que mergulhou centenas de pessoas em uma grave crise humanitária, o CNS (Conselho Nacional Sírio), principal coalizão de oposição, exortou o ESL (Exército Sírio Livre, rebeldes) "a ajudar os civis em Homs", lançando um apelo às organizações humanitárias para que tentem enviar alimentos aos habitantes.
O CNS também denunciou "o regime e seu selvagem ataque planejado contra Homs e sua região para obrigar seus habitantes a fugir, acreditando que assim sairá vitorioso em Homs, o coração da revolução".
A revolta na Síria nasceu em 15 de março de 2011 em plena Primavera Árabe. Os protestos pacíficos que exigiam mais liberdade, se radicalizaram e agora exigem a queda do regime.
Contra a sangrenta repressão de Assad aos protestos, a oposição pegou em armas e o conflito se militarizou. Mais de 60 mil pessoas morreram deste então, segundo a ONU.
Nesta quinta-feira, feriado muçulmano, Assad visitou uma mesquita no norte de Damasco para fazer orações antes de cumprimentar os fieis que se aglomeravam para vê-lo.
Aparições e ações do chefe de Estado são raras. Seu último discurso televisionado foi em 6 de janeiro, durante o qual propôs uma solução política para o conflito, mas totalmente sob o controle de seu regime.
O ministro da Awqaf (Propriedades Religiosas), Mohammad Abdel-Sattar Sayyed, convocou para esta sexta-feira, o dia da oração semanal muçulmana, "uma oração de um milhão de fieis" em todas as mesquitas pelo retorno "da segurança no país".
A Síria "irá superar o complô fomentado por países estrangeiros hostis, implementado por intermediários e escravos liderados por radicais wahhabis", afirmou, em declarações reproduzidas pela agência de notícias oficial SANA.
Ele fazia referência à Arábia Saudita e ao Qatar, acusados pelo regime de apoiar grupos "terroristas" que semeiam o caos na Síria.
Na frente diplomática, o embaixador iraniano em Bagdá, Hassan Danaie-Far, considerou "improvável" que o conflito que se "parece um pouco" com uma guerra civil, termine em 2013, enquanto o chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius, admitiu que "as coisas não se movem" na Síria, lamentando que "as discussões internacionais não avançam".
Na quarta-feira (23), 109 pessoas foram mortas na Síria, de acordo com o OSDH.
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