Protestos continuam na Turquia antes de retorno do chefe de Estado
Erdogan retorna hoje ao país no 7º dia de protestos que pedem sua renúncia
Internacional|Do R7
Dezenas de milhares de manifestantes prosseguiam com os protestos contra o primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan, que retornará nesta quinta-feira (6) à Turquia após uma viagem de três dias pelo norte da África.
A noite de quarta em Istambul não teve incidentes, pela primeira vez desde o início do movimento, que começou na semana passada com um protesto pacífico contra um projeto de urbanização do parque Gezi (uma porção de terra arborizada localizada na praça Taksim).
Na quarta-feira (5), dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas nas principais cidades do país, em resposta a uma convocação de duas centrai sindicais, sobretudo em Istambul e Ancara, para exigir a renúncia de Erdogan.
Também foram registrados confrontos em Rize (às margens do mar Negro) entre adversários e simpatizantes do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), que está no poder desde 2002.
Segundo o canal CNN Türk, centenas de pessoas atacaram 25 jovens que preparavam um protesto.
Para evitar atos de violência, o parlamentar Huseyin Celik apelou aos integrantes do AKP que não compareçam ao aeroporto para receber Erdogan em seu retorno da Tunísia.
— O primeiro-ministro não precisa demonstrar seu poder.
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Erdogan, no entanto, desafiou os rivais no sábado passado.
— Se querem organizar manifestações (...), quando eles reunirem 20 pessoas, eu reunirei 200 mil. E quando eles forem 100 mil, eu mobilizarei 1 milhão de membros de meu partido.
O governo pediu desculpas pelos excessos da repressão, que deixou centenas de feridos. Mas representantes dos manifestantes exigiram a destituição dos chefes de polícia de várias cidades, entre elas Istambul e Ancara.
A violência na Turquia começou na semana passada, quando a polícia tentou retirar à força milhares de manifestantes da praça Taksim, em Istambul, onde as autoridades planejam construir um centro comercial. Na sexta-feira (31), os protestos ganharam um caráter político, de contestação ao governo, e se espalharam por algumas cidades.
Os manifestantes querem a libertação das pessoas detidas, o fim do projeto urbanístico do parque Gezi, a proibição do uso de gás lacrimogêneo e mais respeito à liberdade de expressão.
Os manifestantes acusam Erdogan de autoritarismo e de querer "islamizar" a Turquia.
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