Fabíola Bittar de Kroon estava na plataforma da estação no momento da colisão
ReproduçãoEm entrevista nesta sexta-feira (30) ao programa Good Morning, America, da rede de televisão ABC News, uma pessoa que testemunhou o acidente na estação de trem Hoboken, em New Jersey, a 11km de Nova York, nos Estados Unidos, contou que tentou confortar a brasileira Fabíola Bittar de Kroon, momentos antes de ela morrer, após a colisão do trem contra a estação. Fabíola estava em uma plataforma da estação e foi a única pessoa que morreu em consequência do acidente. O número de feridos chega a 114, segundo as autoridades.
Na entrevista, Rahman Perkins conta que percebeu que Fabíola estava prestes a morrer e se dirigiu a ela com as seguintes palavras: "Senhora, eu não vou abandoná-la. Se você morrer, não vai morrer sozinha, estarei com você, junto". O programa Good Morning, America tem uma das maiores audiências dos Estados Unidos.
Brasileira de 34 anos é a única vítima do acidente de trem em estação de Nova Jersey
Rahman Perkins disse ainda que, no momento do acidente, por causa dos destroços que voavam pelo ar, as pessoas — dentro e fora da estação — corriam em pânico procurando um lugar seguro. "Quando todo mundo começou a correr para fora, eu comecei a correr para dentro", disse Perkins ao programa. Ele conta que decidiu socorrer as pessoas porque aprendeu com os pais, desde pequeno, a ajudar os outros. "Meus pais ensinaram a nós, filhos, a sermos bravos", acrescentou
Segurança
O acidente está provocando inúmeras críticas ao sistema de segurança de trens nos Estados Unidos. Segundo a imprensa norte-americana, a empresa de trem não instalou um equipamento de segurança recomendado pelo órgão da rede ferroviária federal, que é subordinado do Departamento de Transporte dos Estados Unidos.
Trata-se de um software chamado Controle Positivo de Trens, que permite desacelerar automaticamente a locomotiva, evitando assim acidentes provocados por erro humano. O Comitê de Segurança Nacional de Transporte dos Estados Unidos investiga o acidente.
O maquinista do trem está internado e é considerado uma testemunha chave a ser ouvida nas investigações. O equipamento de segurança deveria ter sido instalado até dezembro de 2015, conforme estabelecido pelas autoridades. No entanto, as empresas do setor reclamaram do prazo que consideraram 'curto e arbitrário'.
Por isso, o Congresso dos Estados Unidos atendeu ao pedido das empresas e estendeu o prazo para o final de 2018. Essa prorrogação foi criticada pelo senador democrata Richard Blumenthal, na época. Após a aprovação do novo prazo, Blumenthal disse que a prorrogação foi muito grande e que poderia provocar acidentes e mortes.