Um ano após morte de brasileira na Nicarágua, mãe diz: ‘Esqueceram’
Estudante foi assassinada em Manágua há um ano, mas a família não acredita na investigação que resultou na prisão de um ex-militar
Internacional|Beatriz Sanz, do R7
Nesta terça-feira (23), completa-se um ano do assassinato da estudante de medicina Raynéia Gabrielle Lima, morta em Manágua em meio aos distúrbios entre forças do governo de Daniel Ortega e movimentos de oposição. A brasileira levou um tiro de fuzil e não resistiu ao ferimento.
Durante esse período, sua mãe, Maria José Costa, participou de uma busca contínua e solitária para honrar a memória da única filha.
A aposentada não acredita na investigação conduzida pelo governo nicaraguense, tampouco que o ex-militar Pierson Gutierrez Solis seja o culpado pelo crime.
Solis, que estava trabalhando como porteiro quando o crime aconteceu, confessou o assassinato pouco tempo depois da morte da brasileira e foi condenado a 15 anos de prisão.
Rayneia ainda foi acusada pela promotoria de ser a culpada por sua própria morte, o que atenuou a pena de Solis.
Mãe se sente abandonada
Maria José se sente abandonada pelas autoridades brasileiras. “Foi feito durante quase um mês aquele reboliço (sic) em todos os jornais e depois as autoridades brasileiras esqueceram e viraram as costas”, afirma descontente.
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“Eu vou lutar até o último dia da minha vida para descobrir a verdade”, desabafa.
A mãe destaca ainda que a filha não fazia parte da multidão que protestava no país naquele momento. Ao final da conversa com o R7, ela se emociona com o futuro perdido de Raynéia: “Minha filha estava sozinha, em um país hostil, cheia de sonhos pela frente e as autoridades brasileiras não fazem nada por ela”.
O Itamaraty informou que recorre da condenação na Justiça nicaraguense, mas não pode divulgar mais informações para preservar o direito à privacidade dos envolvidos.