O Governo de Minas Gerais informou, nesta quarta-feira (29), que solicitou ao Governo Federal a prorrogação das atividades do aeroporto Carlos Prates, na região noroeste de Belo Horizonte, pelo período de mais seis meses.
O secretário de Estado de Infraestrutura e Mobilidade, Pedro Bruno, se reuniu com o Ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, nesta terça-feira (28), para tratar do assunto, que tem gerado polêmica nos últimos dias.
As atividades do aeroporto estão previstas para se encerrarem na próxima sexta-feira (31). "A complexidade dessa operação, bem como a necessidade de um adequado planejamento para mitigar os impactos sociais decorrentes desse processo, foi solicitado que o processo atualmente em curso fosse prorrogado pelo período de 6 meses para que seja possível realizar e implementar um planejamento de desmobilização do aeródromo de maneira adequada, organizada e segura", argumenta o Governo de Minas Gerais, em nota.
A nota diz ainda que o Governo Estadual conta com a parceria do Governo Federal para que o plano de desmobilização do aeroporto aconteça de forma adequada. A reportagem procurou o Executivo Federal e aguarda retorno.
Desativação do Aeroporto
A decisão por desativar os pousos e decolagens no aeródromo do Aeroporto Carlos Prates foi confirmada pelo Governo Federal no dia 14 deste mês. Dentre os motivos, está a queda de um avião sobre duas casas da região, que deixou um homem morto e uma mulher ferida.
A proibição do uso do local estava prevista na Portaria nº 10.074/SIA, da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Após o encerramento das atividades, a área do aeroporto seria repassada à Prefeitura de Belo Horizonte, que apresentou um projeto de construção de casas populares, escolas, UPAs (Unidade de Pronto Atendimento) e um parque municipal no local. O espaço seria utilizado, ainda, para programas de indústrias não poluentes e logística.
Protesto de funcionários e moradores
O fechamento do aeroporto, no entanto, não agradou a funcionários do local e moradores do bairro. No último sábado (25), um grupo de empresários, alunos, funcionários e moradores se reuniram no aeroporto para protestar contra o encerramento das atividades.
De acordo com os manifestantes, caso a decisão pelo fechamento seja mantida, 500 pessoas estarão desempregadas, 15 empresas deixarão de existir, cinco escolas vão interromper suas aulas e centenas de alunos não poderão retomar seus estudos.
Eles defendem, ainda, que o prazo de dez dias é curto para a desativação de todas as atividades. "Não se constrói nem uma casa, regulariza e mora nela em dez dias. Que dirá um aeroporto", argumenta o presidente da Voa Prates, associação que congrega e representa os profissionais que atuam no aeroporto, Estevan Velasquez.
Os bens não retirados a tempo do encerramento das atividades serão considerados abandonados e ficarão sob posse da concedente. A diretoria do Aeroclube relata, ainda, que o prazo curto causará problemas para quem depende do aeroporto, que abriga 120 aeronaves e possui 22 empresas, entre elas cinco escolas de aviação civil.
Nenhum outro espaço de armazenamento dos aviões foi oferecido Aero Clube, tampouco para realização dos voos e funcionamento das escolas que formam mil pilotos por ano e compõem o 2° maior polo de formação do Brasil.
*Estagiária sob supervisão de Pablo Nascimento