Um motorista teve o retrovisor de seu carro quebrado por taxistas na madrugada deste domingo (20) no bairro Estoril, região oeste de Belo Horizonte. Ele dirigia um Toyota Corolla preto e teria sido confundido com um motorista do Uber, serviço de caronas pagas.
Segundo o Boletim de Ocorrência registrado pela PM (Polícia Militar), a vítima relatou que foi até uma casa de shows na avenida Mário Werneck por volta de 3h para buscar uma amiga. Entretanto, ao parar o veículo, ele teve seu carro danificado por um grupo de taxistas que trabalhava na região.
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Ainda segundo ele, os motoristas teriam chutado seu carro até arrancar o retrovisor esquerdo. Em seguida, eles deixaram o local, enquanto a vítima acionou a PM. No entanto, ele não soube informar as características dos responsáveis pelo dano.
A PM informou que a vítima não trabalha para o Uber. O caso foi registrado na 4ª Delegacia de Plantão do Barreiro e será investigado pela Polícia Civil.
Outros casos
Na madrugada de sábado (19), um motorista que atende por meio do aplicativo Uber foi agredido por taxistas no bairro Santa Efigênia, na região leste da capital. Imagens gravadas por um cinegrafista amador mostram o condutor sendo cercado pelos motoristas de táxi. Testemunhas contaram ainda que ele foi obrigado a descer do carro e levou vários socos dos suspeitos.
Há pouco mais de um mês, as vítimas foram passageiros que tentavam usar o Uber na região nordeste da capital. No Facebook, a jornalista Luciana Machado e o músico Marcel Telles relataram o ocorrido. Os dois deixavam um bar na rua Alberto Cintra, ponto de encontro movimentado, quando acionaram o serviço."Assim que ele chegou nós entramos e um taxista já tentou impedir que ele desse a partida. Conseguimos sair, mas outros dois taxistas chegaram e cercaram o carro".
Fora do veículo, o casal foi atacado pelos motoristas. "Um segurou o Marcel praticamente com um mata-leão, enquanto os outros foram pra cima dele. Tentei segurar, empurrar, tirar, impedir de alguma forma que ele se machucasse, enquanto o Marcel se preocupava em nos proteger e saía no braço com os taxistas. Um deles disse que só não me bateu porque eu sou mulher".
Quando viram uma viatura da Polícia Militar que passava pelo local, os taxistas fugiram. Até hoje, eles não foram identificados e não receberam nenhuma punição.
A Câmara Municipal abriu uma rodada de debates com a BHTrans e taxistas para discutir a atuação do Uber. Participam vereadores da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Transporte e Sistema Viário, da BHTrans e do sindicato dos taxistas, o Sincavir. Não há representantes do Uber nesta comissão. Na casa legislativa municipal tramitam dois projetos para proibir o aplicativo.