Alça norte do viaduto pode desabar a qualquer momento
Record MinasA PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) informou na noite da última terça-feira (22) que já pediu à construtora Cowan, responsável pela obra do viaduto Guararapes, um plano de demolição da alça norte do elevado que fica sobre a avenida Pedro 1°, na região da Pampulha. A alça sul desabou no último dia 3, matando duas pessoas e deixando outras 22 feridas.
A decisão é baseada nos resultados de uma perícia técnica apresentada pela Cowan. Neste relatório, a empresa aponta o risco de queda iminente da segunda alça e recomenda à Prefeitura a demolição de toda a estrutura com a utilização de dinamite.
Segundo o engenheiro responsável pelo estudo da construtura, Catão Francisco Ribeiro, é possível recuperar o viaduto, mas o risco para os operários seria muito grande. Isso porque um erro no projeto elaborado pela empresa Colsol fez com que a estrutura que dá sustentação ao viaduto fosse erguida com uma quantidade de aço dez vezes menor que o necessário para suportar o peso do elevado.
Além do plano de demolição, a Prefeitura solicitou que a Cowan adote medidas de proteção civil para os moradores do entorno do viaduto, embora o laudo apresentado pela construtora tenha descartado qualquer risco para a população que vive na região. Ainda segundo o Executivo, este trabalho será realizado sob a orientação da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil, mas não se sabe ainda se será necessária a remoção das famílias.
A PBH pretendia liberar a avenida Pedro 1º para carros e pedestres ainda nesta semana, mas segundo o Catão Francisco, isso poderia provocar uma tragédia ainda maior. A cúpula da Defesa Civil e da Sudecap (Secretaria de Desenvolvimento da Capital) se reuniu na quinta-feira (17) para decidir pela liberação, mas foi surpreendida pelo laudo do engenheiro, que apontou o risco de novo desabamento.
Relembre o caso
O viaduto Gurarapes, que fica no bairro São João Batista, na região da Pampulha, em Belo Horizonte, desabou no último dia 3 de julho. A construção atingiu quatro veículos, sendo um ônibus, um automóvel Fiat Uno e dois caminhões. A motorista do coletivo e o condutor do carro foram atingidos pelos escombros e morreram ainda no local. Outros 22 passageiros do ônibus ficaram feridos e foram socorridos para hospitais da cidade. Entre os feridos, estava a filha da condutora, uma menina de apenas cinco anos.