Usina de Três Marias pode deixar de gerar energia nos próximos dias
Reservatório está com 3,8% de água de sua capacidade total, volume mais baixo da história
Minas Gerais|Do R7
A estiagem que atinge a região Sudeste do Brasil já começa a afetar os reservatórios de hidrelétricas em Minas Gerais. Segundo informações da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais), a situação da represa de Três Marias, no norte do Estado, é crítica e, nesta sexta-feira (17), o nível do reservatório era de apenas 3,8% da capacidade total.
Ainda conforme dados diários publicados pela companhia energética, o reservatório tem reduzido em média 0,1% por dia e, se não houver chuvas até o próximo mês, a previsão é de que o nível da represa atinja 0% e deixe de gerar energia elétrica. Atualmente, apenas duas das seis turbinas da hidrelétrica estão funcionando e a vazão de água foi reduzida.
Entretanto, como o sistema de energia elétrica no Brasil é interligado, a situação de Três Marias não provoca impacto imediato na situação energética da região. Além disso, as usinas termoelétricas estão funcionando a todo vapor no País. Mas, por outro lado, a redução do nível de água na usina de Três Marias traz outros impactos para a região norte do Estado, já que essa é a primeira barragem construída ao longo do rio São Francisco, que nasce em Minas Gerais e passa por outros cinco Estados.
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Segundo o gerente de planejamento energético da Cemig, Marcelo de Deus, com a redução do nível do reservatório e da passagem de água ao longo do curso d'água houve um impacto na vida da população que depende do rio São Francisco para sobreviver.
—Energeticamente o impacto é pequeno, mas o problema maior é a falta de água porque o volume útil do reservatório está muito baixo, inclusive é o mais baixo já registrado na história. Mas estamos gerenciando e reduzindo a água liberada para o vale do São Francisco.
Mas, o gerente da Cemig explicou que, quando o reservatório atingir 0% de sua capacidade, ainda haverá um grande volume de água no reservatório. No entanto, essa água não passaria pelas turbinas e também não chegaria ao vale. Neste caso, segundo Marcelo, a companhia energética está estudando uma forma de liberar essa água armazenada de forma a garantir que a população tenha água até a chegada das chuvas.
—Não será a mesma quantidade, mas vamos conseguir passar certo volume de água. Mas estamos gerenciando a passagem de água para evitar que chegue a tal ponto.
Atualmente, 15 m³ de água são liberados por segundo na represa, quando em situação normal seria uma média de 20 m³ ou mais. Ainda conforme o gerente da Cemig, há previsão de chuva para a região já nos próximos dias, mas não deve ser um volume de precipitação que altere consideravelmente o nível do reservatório e a expectativa é que a situação melhore somente a partir de novembro.
Risco de desabastecimento em decorrência da seca deve mudar a forma como a população utiliza a água em Minas.