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A Suíça e a Previdência

Presidente Jair Bolsonaro chega ao Fórum Econômico Social, em Davos, na Suíça, nesta segunda-feira (21)

Eduardo Costa|Eduardo Costa

O presidente Jair Bolsonaro chega ao Fórum Econômico Social nesta segunda-feira (21) sob olhares atentos dos responsáveis pelas finanças do tal mercado – este ente abstrato, que trabalhador não absorve, mas, existe sim, é real (?) e determina se você terá ou não emprego no futuro. Para um dos maiores pensadores de tempos recentes, o polonês Zigmunt Baumann, o “mercado” em questão não é a feira que conhecemos; no entanto, não deixa de ter correlação com a história do comércio... Quem tem melhores estratégias, governa o mundo. Assim, os bancos, as companhias de petróleo, agora as empresas de tecnologia da informação, enfim as corporações transnacionais são o verdadeiro poder, quem efetivamente manda, cabendo a chefes de Estado e nações o papel de xerife, tomar conta e rezar de acordo com a cartilha, sob pena de ficar fora do jogo, não receber investimentos, não ter desenvolvimento, condenar seu povo à miséria.

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Alguns desses poderosos já deram sinais de advertência ao novo governo brasileiro. Querem conhecer as regras, sobretudo as providências, para saber se vão continuar apostando. E o primeiro dever de casa é a reforma da previdência. Ou Bolsonaro faz ou o déficit não tem jeito e aí por melhor que seja a retórica de seu ministro da Fazenda os investidores vão fugir. Esse é o grande problema para o nosso presidente. E seria para qualquer um de nós que estivesse na cadeira dele. Reformar, neste caso, significa cortar privilégios, promover justiça social e, cabe perguntar: quem topa perder?

Os militares querem continuar com as regras do jeito que estão, com homens e mulheres se aposentando antes dos 50 anos, cheios de vigor físico e intelectual e, no caso dos federais, que as filhas não casadas (por contingências ou conveniências) tenham pensão vitalícia. Os magistrados, a começar pelos ministros do Supremo, cujas filhas também têm pensão eterna se não casarem “no papel” acabaram de se de dar aumento de 16%, os promotores acabam de ganhar auxílio saúde, os deputados... Ah, os deputados...

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A última dos deputados está nos jornais... Mais uma leva deles estão pedindo aposentadoria. Com as mais diversas explicações. O fazendeiro, produtor de café e milionário Dilzon Melo deve pegar R$25 mil por mês porque precisa tocar a vida; a comunista Jô Morais ficará com pouco menos da metade, porque precisa pagar as contas... E tem mais um monte de casos em que a turma vai se ajeitando enquanto faz discurso para os famintos do regime geral de previdência.

A única coisa concreta que fez o governo Bolsonaro até aqui foi uma medida provisória apertando mais a concessão de benefícios, para os miseráveis trabalhadores da base da pirâmide. Que Deus dê a ele a força necessária e aos que o cercam o juízo de que precisamos deixar de ser piada lá fora, no mundo desenvolvido de Davos.

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