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Falta de ar

Com a chegada do inverno e frio, crianças sofrem com a falta de atendimento médico nos hospitais de Belo Horizonte

Eduardo Costa|Eduardo Costa

Hospitais alegam falta de médicos para os atendimentos
Hospitais alegam falta de médicos para os atendimentos

Dois anos de pandemia não foram suficientes para minimizar um drama que se repete a cada inverno: as vias aéreas respiratórias reagem e as crianças sofrem com a falta de atendimento. A situação é cada vez mais recorrente também nos hospitais conveniados, em clara demonstração de que o planejamento não é forte na nossa saúde.

Falemos primeiro dos hospitais privados. Vão alegar que a sobrecarga impede o atendimento esperado, mas, se sabem que o frio virá e a garganta vai doer, a gripe ameaçar, por que não montar um esquema de emergência, tipo força-tarefa? Por que não ter um banco de profissionais para atuarem nos meses de maio, junho e julho?

No caso da saúde pública, o assunto é ainda mais complicado. Prefeituras, governos estaduais e o federal não tomam uma providência compatível com a gravidade do assunto. E todo ano é a mesma justificativa: “Estamos procurando profissionais, porém, a nomeação de concursados é complicada, obedece a prazos, etc...”.

A verdade é que não se importam com o sofrimento das crianças pobres como deveriam. Há quarenta anos acompanho o desespero de mães naquele prédio da Alameda Ezequiel Dias, antes nominado CGP – Centro Geral de Pediatria e agora Hospital João Paulo II.


Por que não mudam a lei de contratações, permitindo a contratação temporária de profissionais enquanto o processo de posse dos concursados é concluído? Por que não têm um banco de reservas, com nomes aptos a serem convocados nas urgências? Por que não discutir seriamente o salário de especialistas – como o pediatra – para assegurar interesse em futuros médicos?

Enquanto essas e muitas outras perguntas não forem respondidas, direi algo a mamães e papais que não é de minha autoria, pois, todos sabem, não sou médico. Mas, o que ouço há tempos e especialmente nesta época do ano é que, só se deve levar a criança a um Pronto Atendimento se o quadro ficar realmente mais grave. Uma febre inicial, dor de cabeça e outros sintomas próprios do período devem ser tratados dentro de casa até o limite. A pior doença pode estar em salas de espera e ambulatórios lotados.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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