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Moto, Segurança e Trânsito - Blogs

Avaliamos: Kawasaki Z900RS lendária e esportiva 

Ícone dos anos 70 é ressuscitada com farta tecnologia embarcada

Moto Segurança e Trânsito|André Garcia, do R7

Esportiva vestida de clássica
Esportiva vestida de clássica

Lançada oficialmente durante a festa de 10 anos de operação própria no Brasil, a Kawasaki Z900RS resgata o ícone dos anos 70, exatamente em 1972 com a “Z1 Super Four”, mas agora com o que há de mais moderno ou quase em uma verdadeira moto clássica moderna.

Painel clássico com mostradores analógicos, bonito, boa leitura, Note para o detalhe pintado no tanque
Painel clássico com mostradores analógicos, bonito, boa leitura, Note para o detalhe pintado no tanque

Antes de montar, é uma moto que mostra um estilo atemporal que mescla o antigo com o moderno, começando pelo tanque de combustível em forma de gota, a lanterna oval em LED, assim como o grande farol dianteiro, também dotado de LED de 170mm que proporciona excelente iluminação à noite com suas seis câmaras (quatro feixes para o farol baixo e dois para o alto) em lente convexa e aro cromado, o painel com velocímetro e conta-giros analógicos são completados por um tela LCD em display negativo (fundo preto com letra branca) que faz a vez de um computador de bordo que indica marcha engatada, hodômetros total e dois parciais, medidor de combustível, autonomia restante (RANGE), consumos parcial e instantâneo, temperatura do líquido de arrefecimento, temperatura externa, relógio e indicador de pilotagem econômica, tudo em um acabamento primoroso.

A clássica visitando o centro histórico onde São Paulo foi fundado
A clássica visitando o centro histórico onde São Paulo foi fundado

Ao montar você veste a moto, guidão largo que proporciona os braços relaxados, punhos com botões todos no devido lugar promovendo uma pilotagem intuitiva, inclusive o botão de pisca-alerta no punho esquerdo, quem me acompanha sabe o que sempre falo sobre a ergonomia, banco confortável com boa densidade de espuma, pedaleiras levemente recuadas e um pouco mais alta, o que me agrada muito, sendo natural abraçar o belo tanque com as pernas.

Nota: Andei pouco com garupa, mas ela vai bem acomodada.


Garupa e piloto são bem tratados pela ergonomia e boa densidade de espuma do banco
Garupa e piloto são bem tratados pela ergonomia e boa densidade de espuma do banco

Ao ligar inicia-se, já em marcha lenta, a bela sinfonia dos 4 cilindros em linha, especialmente devido ao belo escapamento cromado e curto.

Ao engatar a primeira marcha, embreagem leve, assistida e deslizante que evita o travamento da roda traseira em reduções bruscas. O câmbio como toda Kawasaki é exemplar com a 1ª marcha curta, sempre preciso e macio. Todo cuidado é pouco pois sua aceleração é tão vigoroso, que quando engatarr a 3ª você já estará com velocidade nos três dígitos.


Z900RS oferece tomada embaixo do banco, mas necessário um adaptador, precisa ser atualizado
Z900RS oferece tomada embaixo do banco, mas necessário um adaptador, precisa ser atualizado

Utilizei a Z900RS por duas semanas explorando bastante a cidade e trechos rodoviários, onde em um sábado fui tomar café com meu amigo Eduardo Cukierman em Socorro, para na volta enfrentar as mais de 250 curvas entre Socorro e Itatiba.

Nota: O que motivou duas semanas com a moto, é que na primeira vez sua suspensão estava completamente no duro e para avaliá-la corretamente é necessário que esteja default. Fica a dica: não mexa na suspensão sem auxílio de um bom profissional. Se em um primeiro momento fiquei aterrorizado onde parecia moto de pista, com o acerto normal para uso civilizado é que pude notar as qualidades superlativas da Z900RS


Curva após curva você nota o exímio trabalho da engenharia de Akashi, a Z900RS responde com vigor, urrando e enchendo rápido os 4 cilindros DOHC com 109 cv de potência a 8500 RPM e 9,7 Kgfm de torque a 6.500RPM. A tendência é você ir aumentando o ritmo dado a confiança que ela passa pela ciclística e pelos poderosos freios na dianteira duplos de 300 mm com pinças monobloco de montagem radial com 4 pistões e na traseira um disco de 250 mm com pinça de 2 pistões, dotados com ABS que assim como controle de tração KTRC está muito bem configurado. Utilizei o tempo todo o modo 1 que é o menos intrusivo. Tem ainda, o opção do 2 mais intrusivo e off.

Café cujos grãos foram curtidos em barril de carvalho no whisky
Café cujos grãos foram curtidos em barril de carvalho no whisky

Sua ciclística impecável é resultado do entreeixos curto com 1.470 mm, chassi de treliça em aço de alta resistência, suspensão dianteira com garfo telescópico upside-down (invertida) regulável na pré-carga de moto com 10 ajustes de compressão e 12 de retorno com curso de 120 mm, traseira monoamortecida com link regulável em retorno e pré-carga de mola, rodas de liga-leve lindíssimas sendo 120/70ZR17(58W) na dianteira e 180/55ZR17(73W) na traseira, calçadas com pneus Dunlop Sportmax.

Notas: 1) As rodas são lindas, mas a engenharia devia ter dotado o bico torno como faz sua concorrente direta, pois para calibrar os pneus é um inferno. Tem posto que não se consegue encaixar para realizar a simples operação de calibragem, dado o tamanho do bico. 2) Não gostei dos pneus, apesar da marca ser consagrada e oferecer sempre um chiclete, achei duro, aderência ruim, talvez porque já tenha sido levado ao extremo em pista em alta temperatura quando esfriou alterou suas características. É uma hipótese, mas acho que um Pirelli Diablo Rosso III casaria bem melhor com essa moto.

Kawasaki Z900RS desfilando por pontos históricos da cidade de São Paulo
Kawasaki Z900RS desfilando por pontos históricos da cidade de São Paulo

A Z900RS é daquelas motos que parece que a engenharia montou em cima do prazer, imagina materializar o prazer e montar algo sobre ele, é isso que você sente ao pilotar essa moto, o som raivoso emanado pelo escapamento, redução de marchas, aceleração vigoroso e quando você deseja apenas desfilar é possível engatar uma 5ª marcha e andar a 40 km/h, o que demonstra o quanto esse motor é elástico, progressivo e econômico, pois a média ficou em 18,20 km/l, podendo melhorar ou piorar, dependendo do entusiasmo da mão direita. Consegui rodar 215,7 km com 11,85 litros de gasolina.

Trafegando na cidade, além de passar fácil em corredor, ela é ágil, bem equilibrada, oferece bom esterçamento possibilitando zigzaguear entres os carros, o consumo melhora para mais de 20 km/l sabendo dosar o acelerador e andando nos limites baixos da via pública e o motor jamais perturba o piloto com calor.

André Garcia e Edu no Doce Art Café em Socorro. Vale a visita
André Garcia e Edu no Doce Art Café em Socorro. Vale a visita

Moto que é possível usar no dia a dia e viajar para quem curte o motociclismo raiz com vento no peito, algo que já fiz muito e que às vezes dá saudade, mas no máximo 200 ou 300 km, nada como no passado que passava dos 1.000 km, talvez seja a idade.

Por fim, o conjunto agrada bastante, a Kawasaki é tida como a marca premium das japonesas, se fosse possível mensurar status, na minha opinião é a única a estar equivalente as motos européias, apesar da simplicidade japonesa frente a riqueza de detalhes especialmente na sua concorrente direta Triumph Speed Twin.

Kawasaki Z900RS sobra nas mais de 250 curvas entre Socorro e Itatiba
Kawasaki Z900RS sobra nas mais de 250 curvas entre Socorro e Itatiba

Vale cada centavo do que é cobrado R$ 48.990,00, mas bem que poderia ter aquecimento de manopla e ser dotado de acelerador sem cabo (ride-by-wire) - por isso o “quase” no primeiro parágrafo - algo que incomodou razoavelmente, pois no modelo testado estava bem pesado.

Cor só na linda Candytown Brow, vulgo laranja com marrom.

Descrição e ficha técnica, click aqui. E procure uma concessionária para realizar um test ride.

Leia matéria de sua concorrente direta Triumph Speed Twin clicando aqui

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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