Delegado diz que inglês chefe da “máfia dos ingressos” fugiu pelos fundos de hotel no Rio
A Justiça expediu mandados de prisão preventiva contra 11 envolvidos no esquema
Rio de Janeiro|Do R7
O inglês Raymond Whelan, presidente da Match e acusado de ser um dos chefes do escândalo dos cambistas da Copa do Mundo, fugiu pela porta dos fundos do hotel Copacabana Palace, na zona sul do Rio, instantes antes da chegada da polícia ao local, na tarde desta quinta-feira (10). O executivo é considerado foragido. A informação é do delegado Fábio Barucke, titular da Delegacia da Praça da Bandeira (18ª DP).
Contra Whelan e contra 10 acusados de envolvimento no esquema, o Tribunal de Justiça do Rio expediu nesta quinta pedidos de prisão preventiva, acatando denúncia do Ministério Público. Todos vão responder por organização criminosa, cambismo, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal. O grupo criminoso faturava cerca de R$ 1 milhão por jogo, conforme as investigações.
O passaporte de Whelan está apreendido desde que ele foi detido temporariamente, na segunda-feira (7). Naquele dia, o advogado do inglês conseguiu um habeas corpus, sob a condição de que seu cliente deixaria seu passaporte na delegacia.
Entre os 12 apontados pela polícia como envolvidos no esquema, apenas o advogado José Massih não teve a prisão preventiva requerida, já que colaborou com as investigações.
Ao longo das investigações, a polícia revelou à imprensa ter provas contra Ray Whelan, presidente da única empresa autorizada pela Fifa a negociar os ingressos da Copa. Nos mais de 900 registros de ligações e mensagens telefônicas, interceptadas pela investigação, entre Fofana, que comprava os bilhetes desviados da Match, e o inglês Whelan, há, segundo os policiais, um trecho em que o franco-argelino pede 20 ingressos ao presidente da Match. "Se você quiser, tenho 24 aqui na mão", teria respondido Whelan. "Mas é US$ 1 mil cada um". Fofana concordou. "Mas precisa ser em dinheiro vivo", teria dito o inglês, segundo policiais. "Você quer em reais ou dólares?", perguntou Fofana.
— Está claro que ele negociava, sim, ingressos com o Fofana. Temos elementos suficientes que comprovam isso. Ele (Whelan) sabia que os ingressos que fornecia ao Fofana eram repassados para terceiros. E dizia: então me informe o CPF deles que já imprimo os ingressos com o nome de cada um —, disse o responsável pela investigação, delegado Fábio Barucke, da Delegacia da Praça da Bandeira (18ª DP).