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Mãe de criança morta no Alemão diz que PM a ameaçou: "A gente também pode matar a mãe"

Segundo ela, policial disse que o menino estava armado, mas ele segurava celular

Rio de Janeiro|Do R7

Mãe de Eduardo de Jesus mostra celular que criança segurava no momento em que foi morta por um tiro na cabeça no Alemão
Mãe de Eduardo de Jesus mostra celular que criança segurava no momento em que foi morta por um tiro na cabeça no Alemão

A mãe de Eduardo de Jesus Ferreira, Terezinha de Jesus, afirmou nesta sexta-feira (3), um dia após seu filho ser morto com uma bala de fuzil na cabeça na porta de casa, no Complexo do Alemão, que foi ameaçada por um PM logo após a morte da criança. Em desespero, ela disse ao policial: "Vocês mataram meu filho". E em seguida, ouviu do mesmo agente:

— 'Já que eu matei o filho, a gente também pode matar a mãe.' E apontou a arma para mim.

Segundo Terezinha, o policial falou que Eduardo estava com uma arma na mão, mas a criança manuseava um celular no momento em que foi alvejada.

— A única coisa que ele segurava era um celular, que ele gostava de jogar um joguinho.


Já o pai, José Ferreira, também teria sido acusado de ser bandido.

— Quero deixar bem claro que eu trabalho de carteira assinada. Antigamente a gente era alvo de bandido. Agora virou ao contrário: estamos sendo alvo de polícia.


A mãe do menino, que quer sepultar a criança no Estado do Piauí, contou que Eduardo era amoroso e estudioso. Segundo ela, o menino sonhava em ser bombeiro.

Divergência sobre tiroteio


A CPP (Coordenadoria de Polícia Pacificadora) informou na tarde desta sexta que os policiais do Batalhão de Choque e da CPP, que estavam no momento em que o menino Eduardo de Jesus foi morto, foram afastados do policiamento nas ruas e tiveram suas armas recolhidas para a realização de exame balístico.

O porta-voz da CPP, major Marcelo Corbage, afirmou hoje que a morte de Eduardo não ficará impune. As investigações estão a cargo da Divisão de Homicídios da capital.

— É prematuro tirar qualquer tipo de conclusão. Estamos colaborando com as investigações. A morte do Eduardo não ficará impune.

Na quinta-feira (2), a CPP informou que os PMs teriam entrado em confronto com criminosos na localidade do Areal. Entretanto, a mãe da criança, Terezinha de Jesus, disse que não houve tiroteio na hora em que seu filho foi morto.

Assista à entrevista dos pais ao BG:

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