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Mãe diz esperar que madrasta vá a júri popular após perícia em corpo de jovem apontar envenenamento

Jane Carvalho descreveu Cíntia Mariano como ambiciosa; ela é suspeita de matar Fernanda Cabral, de 22 anos

Rio de Janeiro|Victor Tozo*, do R7, com Felipe Batista, da Record TV Rio

Jane Carvalho, mãe de Fernanda e Bruno
Jane Carvalho, mãe de Fernanda e Bruno

A mãe dos adolescentes Bruno e Fernanda Cabral, Jane Carvalho, afirmou nesta quarta-feira (6) que espera que a madrasta dos jovens, Cíntia Mariano, vá a júri popular. Hoje, foi divulgado um laudo do IML (Instituto Médico-Legal) que comprovou que Fernanda morreu após ser envenenada. A madrasta é a principal suspeita de ter cometido o crime.

"Que ela vá a júri popular e tenha a pena máxima. Nada pode trazer a Fernanda de volta, mas é uma forma de a gente tentar seguir e de ela não fazer mais vítimas", disse Jane à Record TV Rio.

A mãe dos jovens também comentou a relação de Cíntia com as vítimas, dizendo que, ainda que não gostasse da adolescente, a madrasta deveria zelar por ela. Jane também descreveu a suspeita como uma pessoa ambiciosa.

"Ela ganhou uma família. Não era obrigada a amar minha filha, mas tinha o dever de protegê-la, respeitá-la e de cuidar dela", disse a mãe.


"[Cíntia] conhecia meu filho desde os 4 anos de idade. Levava ele pra escola como motorista. Podia ter carinho e respeito por ele, mas agia pela ambição. Quando meu filho não serviu mais, quando ela já estava casada com o pai dele, tinha que descartar", completou.

A perita Gabriela Graça Suarez Pinto, responsável por assinar o laudo do IML sobre o corpo de Fernanda, concluiu que a jovem foi intoxicada por algum inibidor fundamental da propagação de impulsos nervosos.


Segundo o delegado Flávio Rodrigues, da 33ª DP (Realengo), que investiga o caso, o inquérito deve ser concluído até o fim desta semana, quando deve ser pedida a prisão preventiva de Cíntia. A madrasta, que está presa temporariamente, deve responder pelo homicídio qualificado de Fernanda e pela tentativa de homicídio de Bruno.

Fernanda Cabral, de 22 anos, morreu em 27 de março, após passar 13 dias internada, vítima de parada cardíaca. Ela se sentiu mal após ingerir uma refeição feita pela madrasta. Um mês depois, seu irmão, Bruno, de 16 anos, foi hospitalizado com os mesmos sintomas e chegou a ficar intubado, mas se recuperou.


A semelhança entre os casos alertou a equipe médica do Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo, na zona oeste do Rio, o que deu origem às investigações sobre Cíntia.

A defesa da madrasta afirmou que o exame toxicológico da exumação do corpo de Fernanda foi negativo para qualquer substância tóxica e que os médicos que a atenderam foram categóricos em afirmar que não havia sintomas de envenenamento. Os advogados Carlos Augusto Santos e Raphael Souza declararam que "o que estão fazendo é um malabarismo pericial para buscar algo que não existe". Eles disseram que no decorrer da instrução criminal tudo será analisado e com as devidas representações contra os peritos para a apuração das falhas técnicas.

*Estagiário do R7, sob supervisão de Bruna Oliveira

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