O pai de Tiago Guimarães, um dos jovens mortos por um PM que confundiu um macaco hidráulico com um fuzil na tarde de quinta-feira (29), afirmou que um pedido de desculpa da Polícia Militar não vai trazer o filho de volta. Por meio de nota, a corporação disse que presta solidariedade e apoio às famílias. Até a noite desta sexta-feira (30), o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, e o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, não haviam se manifestado sobre as mortes. A declaração de Gilberto Lacerda foi dada hoje quando ele foi reconhecer o corpo do filho no IML (Instituto Médico Legal). — Não tem desculpa. Se eu perdoar, meu filho vai voltar? Eu posso perdoar... Não vai voltar, não tem perdão. Emocionado, Lacerda contou que Tiago seria pai. — Ele estava muito animado, curtindo a gravidez da menina. Já havia arrumado uma casinha para eles. Infelizmente, mais uma covardia do militar. Jorge Lucas, de 17 anos, que foi morto com o mesmo tiro de fuzil que matou Tiago, foi sepultado nesta sexta-feira. A DH (Divisão de Homicídios da Capital) recolheu as armas dos PMs envolvidos na ação ocorrida na Pavuna, zona norte do Rio. De acordo com o coronel Marcos Netto, comandante do Batalhão de Irajá (41º BPM), o sargento que assumiu ter atirado nas vítimas após confundir um macaco hidráulico com uma arma vai ser afastado das ruas e das "ações rotineiras" enquanto durarem as investigações. Netto também afirmou que o militar deve passar por acompanhamento psicólogico para identificar quais foram as motivações. As famílias dos jovens também devem receber assistência, segundo o coronel. Na quinta, a Polícia Militar do Rio informou que o sargento reconheceu que houve um "erro de avaliação" dele. O policial se apresentou na delegacia da Pavuna (39º DP), onde confessou o ato. Após a morte de Jorge Lucas Martins e Thiago Guimarães, um ônibus da linha 372 foi atacado.Assista à reportagem: