Pai e criança morrem em desabamento em Rio das Pedras
Outras quatro pessoas foram retiradas com vida do local do acidente; entre eles, está a mãe da menina, cuja situação é grave
Rio de Janeiro|Do R7, com Record TV
O bombeiros confirmaram, na tarde desta quinta-feira (3), a segunda morte no desabamento do prédio de quatro andares em Rio das Pedras, zona oeste do Rio de Janeiro. As vítimas são Natan Gomes, de 30 anos, e a filha de 3 anos, de acordo com parentes ouvidos pela Record TV Rio.
Quatro pessoas foram retiradas com vida do local do acidente - veja imagens do resgate abaixo. Entre elas está Kiara Abreu, de 27 anos, a mãe da menina que morreu.
A mulher foi levada ao Hospital Miguel Couto na Gávea, por volta das 10h. O quadro de saúde dela é grave, de acordo com a prefeitura. Com duas costelas fraturadas, a paciente aguardava vaga na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) no início da tarde.
Em entrevista ao Balanço Geral RJ, o primos de Kiara disseram que ela é natural do Pará, mas se mudou para o Rio ainda na adolescência. Abalados, eles contaram que o casal morava com a criança no imóvel, onde também funcionava uma lan house, que pertencia a Natan.
Os familiares disseram que ainda não sabem como vão dar a notícia da tragédia para a prima.
Outras vítimas
O desmoronamento com princípio de incêndio ocorreu às 3h na rua das Uvas, na localidade conhecida com Areinha. Três pessoas foram retiradas do local logo após acidente.
A Secretaria Municipal de Saúde informou que as três primeiras vítimas foram socorridas para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, sendo que duas delas já tiveram alta. Uma mulher de 28 anos permanece na unidade, com quadro estável.
Resgates e interdições
Mais de 70 militares, incluindo equipes especializadas em busca e salvamento em desastres, trabalharam no socorro às vítimas, com apoio de cães, ambulâncias e helicópteros do Corpo de Bombeiros.
Técnicos da Defesa Civil Municipal ainda avaliam os danos que foram causados em outras seis edificações e se haverá necessidade de outras interdições. Vinte desalojados foram acolhidos pela Assistência Social.
Uma força-tarefa da Polícia Civil apura as circunstâncias do acidente. Segundo informações iniciais, o imóvel que desabou era antigo e foi construído há mais de 20 anos por familiares que moravam no local. A construção não teria ligação com a milícia, apesar de ficar em uma região dominada por este tipo de organização criminosa.
A perícia será feita após o trabalho dos bombeiros. A polícia disse que investiga o possível envolvimento de milicianos em outros empreendimentos imobiliários da região.
Imóvel irregular
Por meio de nota, a Prefeitura do Rio informou que o imóvel que desabou era irregular. A Secretaria Municipal de Habitação declarou que vai prestar atendimento às famílias.
O governador do Rio, Cláudio Castro, e o prefeito Eduardo Paes acompanharam os trabalhos de resgate na área do desabamento.
Em entrevista aos jornalistas, Paes disse que tem combatido as construções irregulares na cidade e que a criminalidade não vai impedir as fiscalizações.
"A gente está deixando uma mensagem muito clara, nos últimos meses, que acabou essa história de tanta construção irregular. A gente não tem permitido diariamente. Agora, é uma realidade da cidade. Não vamos retirar todas as casas de todas as comunidades do Rio. O que se tem que fazer é olhar essas áreas com mais riscos, olhar essas construções, para tentar fazer melhorias habitacionais", disse o prefeito.
Local da tragédia continua interditado:
Veja fotos do resgate das vítimas abaixo: