Polícia vai pedir à Justiça acesso aos dados armazenados em celular de suspeita de envenenar enteados
Delegado do caso pretende analisar se madrasta confessou o crime ou pesquisou sobre substâncias na internet
Rio de Janeiro|Do R7, com Felipe Batista, da Record TV Rio
A Polícia Civil vai pedir à Justiça acesso aos dados armazenados no celular da madrasta suspeita de envenenar os enteados no Rio. Cíntia Mariano Dias Cabral, de 49 anos, foi presa temporariamente.
O delegado Flávio Rodrigues, da 33ª DP (Realengo), considera fundamental para a investigação a análise do conteúdo contido no aparelho apreendido pelos agentes.
"Preciso ver se ela comentou com alguém, se confessou para alguém, se fez pesquisa na internet sobre efeito de veneno, onde comprar", explicou.
Além da quebra do sigilo telemático, o delegado destacou que pretende analisar o prontuário da enteada de Cíntia, a jovem Fernanda Carvalho, de 22 anos, que morreu em março.
Rodrigues vai ouvir, ainda, a equipe médica do Hospital Municipal Albert Schweitzer que atendeu Fernanda e o irmão dela. Ambos passaram mal após fazerem uma refeição na casa do pai.
O adolescente de 16 anos disse ter visto "bolinhas azuis" no feijão, segundo familiares. O caso dele ocorreu cerca de dois meses depois da morte da irmã.
Agora, a polícia apura se as situações têm relação com a causa da morte de Fernanda. Na ocasião, os médicos não fecharam um diagnóstico. Como o caso não foi tratado como suspeito, o corpo não foi encaminhado ao IML (Instituto Médico-Legal). Por isso, os investigadores avaliam a necessidade de realizar a exumação do cadáver.
Durante o tempo em que Fernanda esteve internada, a madrasta chegou a postar nas redes sociais uma mensagem na qual desejava melhoras à jovem.
Segundo os próprios filhos, Cíntia confessou a eles ter envenenado os enteados. No entanto, a defesa negou que ela tenha admitido o crime. Os advogados disseram ainda que vão recorrer da manutenção da prisão temporária.