Os estudantes de escolas próximas ou dentro de favelas pacificadas na zona norte do Rio estão tendo que acompanhar o noticiário policial para saber se vão ou não ter aulas. Somente entre quarta-feira passada (1º) e terça-feira (7), mais de 11 mil alunos ficaram sem estudar depois que tiroteios forçaram o fechamento de colégios e creches.
Os confrontos intensos de traficantes contra policiais militares e homens das Forças Armadas na última semana afetaram estudantes nos complexos da Maré da Penha e nos bairros do Méier e do Engenho Novo. As secretarias estadual e municipal de Educação disseram que o conteúdo das aulas será reposto.
No Engenho Novo, o tradicional Colégio Pedro 2º foi obrigado a interromper as aulas no período da tarde e da noite na terça-feira (7) em virtude do forte barulho dos disparos ao redor. As balas perdidas atingiram um ônibus e um carro, mas ninguém ficou ferido.
O tiroteio, que também provocou o fechamento de duas escolas e três creches no Méier, foi consequência de uma ação policial para prender os responsáveis por balear na cabeça um policial militar da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) Camarista Méier. Elias Camilo tinha quadro de saúde gravíssimo na noite desta terça-feira (7). Assista ao vídeo sobre o confronto abaixo.
Já na quarta-feira (1º), intensas trocas de tiro deixaram 6.840 alunos de escolas públicas sem aulas no Complexo da Maré, na zona norte, área que está ocupada pelas Forças Armadas desde abril. Dois suspeitos morreram no confronto. No mesmo dia, na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, 3.010 alunos foram afetados pela violência e perderam um dia de estudos.